O ex-presidente da fabricante francesa de próteses mamárias PIP, Jean-Claude Mas, cujos produtos adulterados afetaram centenas de milhares de mulheres no mundo, garantiu nesta terça-feira a um tribunal que não se considera um fraudador.
"Fraude? Mão entendo de que fraude estão falando, nem quem foi prejudicado", declarou o homem de 76 anos, que compareceu a um tribunal de apelação francês em Aix-en-Provence (sudeste).
O presidente e fundador da Poly Implant Prothèse foi condenado em 2013 a quatro anos de prisão, 75.000 euros de multa e a proibição definitiva de exercer qualquer tipo de atividade na área de saúde, nem ocupar cargos de responsabilidade empresariais.
Mas agora está enfrentando acusações de fraude contra a empresa de certificação TÜV alemã, que diz ter sido enganada pelos produtos PIP.
Os implantes mamários PIP foram preenchidos com gel de silicone inventado pela empresa para reduzir custos, sem qualquer supervisão médica.
Entre 400.000 e 500.000 mulheres usariam implantes mamários PIP no mundo.
As próteses foram fabricadas na França, mas 84% delas foram exportadas, a maioria delas na América Latina.
Na Argentina, cerca de 300 afetadas entraram com uma ação coletiva pedindo 54 milhões de dólares de indenização há dois anos, mas em seguida os tribunais franceses descobriram que a apólice de seguro PIP só cobria cidadãs francesas.