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Estado de Minas

Bélgica mantém busca de suspeito-chave de atentados em Paris e eleva alerta


postado em 17/11/2015 23:55

Autoridades belgas emitiram um alerta de busca de um suspeito-chave dos atentados de Paris, o oitavo homem procurado pela Polícia francesa, considerado "perigoso" e que pode estar armado, razão pela qual o governo decidiu elevar o nível de alerta.

Na noite de segunda-feira, a polícia belga emitiu um novo alerta de busca contra Salah Abdeslam, um francês de 26 anos nascido em Bruxelas. Seu irmão, Brahim, detonou os explosivos que levava com ele na noite de sexta-feira em frente a um bar de Paris.

A Polícia francesa suspeita de que Salah Abdeslam seja o oitavo homem envolvido nos ataques de Paris.

Uma fonte ligada às investigações disse à AFP que um vídeo comprova a ação de um nono terrorista, que participou do ataque a cafés e a restaurantes.

O comando que atacou esta zona seria integrado por Brahim Abdeslam, Salah e o terceiro homem, que pode estar foragido, ou fazer parte do grupo de suspeitos detidos na Bélgica.

Os três utilizaram no ataque um Seat preto e o carro foi localizado em Montreuil, nos arredores de Paris, com três fuzis de assalto AK-47 a bordo.

Os atentados de 13 de novembro foram cometidos por pelo menos sete terroristas suicidas, que deixaram 129 mortos (dos quais 117 foram identificados) e 352 feridos.

A intensa busca por Salah Abdeslam continua, tanto na França, quanto na Bélgica. Ontem, a Polícia belga lançou uma operação importante para detê-lo, suspeitando de que pudesse estar em uma casa em Molenbeeck, um subúrbio de Bruxelas.

"Havia indícios de que estava em Molenbeeck. Não conseguimos detê-lo. Isto levou à elevação do nível de alerta", explicou o ministro belga do Interior, Jan Jambon, em entrevista à rádio pública flamenga.

O governo decidiu elevar para 3 o nível de alerta no reino, que chega a um total de 4. Isto levou ao cancelamento dos amistosos desta terça-feira entre Alemanha e Holanda, Bélgica e Espanha.

Com as ameaças de atentados consideradas "possíveis e verossímeis", o governo também decidiu deslocar 300 militares adicionais para proteger estações de trem, metrô, ou aeroportos, informou o gabinete do primeiro-ministro belga, Charles Michel, em um comunicado. A esse efetivo, somam-se os 220 militares já mobilizados.

Na segunda-feira, a Justiça denunciou por "atentado terrorista" Mohammed Amri, de 27 anos, e Hamza Attou, de 21, que foram revistados pela polícia francesa. Eles estavam no mesmo veículo que Salah Abdeslam na manhã de sábado na auto-estrada a 60 km da fronteira com a Bélgica.

Os dois homens negam sua participação nos atentados e disseram aos investigadores que apenas responderam ao chamado de Salah, que pediu que fossem buscá-lo em Paris.

O advogado de Amri, Xavier Carrette, declarou ao canal de televisão RTBF, que seu cliente "disse ignorar tudo o que aconteceu em Paris" e que Salah Abdeslam, "um amigo do bairro", "não falou disso" durante o trajeto.

Os dois denunciados declararam, segundo uma fonte judicial, que deixaram Salah Abdeslam na manhã de sábado em Bruxelas, mas deram dois lugares diferentes.

As forças de segurança belgas "estão fazendo tudo para encontrar esse homem e detê-lo", disse o ministro Jan Jambon.

O irmão de Salah Abdeslam, detido no sábado à tarde em uma importante operação policial em Molenbeeck ligada à investigação dos atentados, mas liberado sem acusações na segunda-feira, declarou hoje que aconselhava o irmão a se entregar.

"Evidentemente, aconselho que se entregue à Polícia", disse Mohamed Abdeslam em entrevista, em Bruxelas, difundida nesta terça-feira pelo canal de TV BFMTV, "para que a Justiça possa esclarecer esta história".

Mohamed Abdeslam destacou que seu irmão "é supostamente inocente".

"O melhor seria que se entregasse para que a Justiça pudesse esclarecer essa história, já que, lembro-lhe, que Salah ainda não foi indagado pela polícia e, por isso, é supostamente inocente", disse Mohamed na entrevista.

"Não sabemos onde pode estar. Claro, uma fuga se organiza, custa muito dinheiro, não pode ficar entre quatro paredes esperando que venham buscá-lo", acrescentou.


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