O primeiro-ministro, francês Manuel Valls, advertiu nesta quinta-feira para o risco de um atentado com "armas químicas ou bacteriológicas", ao solicitar à Assembleia Nacional a prorrogação do estado de emergência, seis dias depois dos atentados de Paris.
"Não podemos descartar nada. Eu falo certamente com todas as precauções que se impõem, mas sabemos e temos em mente. Pode existir o risco de armas químicas ou bacteriológicas", disse Valls, antes de reiterar que a França está em guerra.
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Manuel Valls também pediu a rápida adoção do arquivo europeu de passageiros, o "Passenger Name Record" (PNR).
O primeiro-ministro anunciou ainda a criação de uma nova estrutura para internar "jovens radicalizados". "O financiamento está pronto, o quadro jurídico e o projeto quase no ponto para a abertura de um local até o final do ano", disse.
A estrutura receberá a "arrependidos" que serão "examinados para medir sua vontade de reinserção", destacou Valls. Ao mesmo tempo, o premier descartou a possibilidade de ingresso nesta estrutura dos jihadistas que retornam da Síria ou Iraque.
"O lugar deles é a cadeia. Um centro para a 'desradicalização' não pode ser uma alternativa à detenção carcerária". Também nesta quinta-feira, a direção geral da polícia publicou uma diretriz que autoriza os agentes franceses a portar armas de forma permanente, inclusive fora do horário de serviço e nos dias de descanso.
"Escolheram entrar em guerra"
Em reunião com prefeitos de todas as regiões francesas nessa quarta-feira, o presidente François Hollande reforçou que o país está em guerra contra o Estado Islâmico. "Os terroristas escolheram entrar em guerra contra nós.
François Hollande reforçou que irá se encontrar com Barack Obama na próxima terça-feira, em Washington, e com Vladimir Putin dois dias depois, em Moscou, como parte da luta conjunta contra o Estado Islâmico. (Com AFP).