O corpo do jihadista belga Abdelhamid Abaaoud, suposto mentor dos atentados de Paris, foi formalmente identificado pela polícia entre os mortos da operação de quarta-feira em Saint-Denis, ao norte da capital. A promotoria francesa confirmou que o corpo dele foi identificado por meio da impressão digital.
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Nessa quarta-feira, algumas publicações como Washington Post e Daily Mail já tinham dado o jihadista como morto, mas as autoridades ainda não confirmavam.
O corpo foi achado ao fim da operação no apartamento onde um grupo de jihadistas se entrincheirou. A mulher-bomba que estava no imóvel foi identificada como prima de Abaaoud.
O promotor François Molins declarou que a célula terrorista estava pronta para atacar durante a busca policial em Saint-Denis. Abaaoud teria ficado escondido com vários cúmplices no apartamento. A célula que organizou os atentados parece mais extensa do que se pensava.
De acordo com investigadores, seus integrantes agiram de forma coordenada. Segundo a procuradoria, a operação antiterrorismo foi lançada após interceptações telefônicas indicarem que o belga Abdelhamid Abaaoud, estaria em Paris, e não na Síria, como se acreditava inicialmente.
Quem era Abaaoud
O belga Abdelhamid Abaaoud tinha 28 anos e era membro ativo do grupo Estado Islâmico (EI) e escapava das forças de segurança europeia há vários anos.
Ele nasceu no bairro de Molenbeeck, subúrbio de Bruxelas. Ficou conhecido como Abu Omar Susi, nome da região do sudoeste de Marrocos de onde sua família é originária, ou Abu Omar al Baljiki (Abu Omar 'o belga'). "Era um menino estúpido", que assediava colegas e professores e era detido por roubar carteiras, relatou, sob condição do anonimato, um ex-colega de turma ao tabloide belga La Dernière Heure.
A Operação
A operação teve início por volta de 4h20 (1h20, horário de Brasília), quando policiais cercaram a esquina das ruas Corbillon e République, no centro da cidade, a cerca de 500 metros da catedral de Saint-Denis.
Cinco policiais ficaram feridos. As autoridades orientaram os moradores a não deixar suas casas. Estações de trem e estabelecimentos comerciais na região foram fechados, e aulas escolares canceladas. A explosão de uma mulher-bomba é o primeiro caso do tipo na França. “Ela ativou o colete de explosivos no início da operação”, disse a procuradoria de Paris. (Com AFP).