Omar Abaaoud, pai de Abdelhamid, suposto mentor dos atentados de Paris morto numa operação da polícia nesta quarta-feira no norte de Paris, lamentou que seu filho "não tenha sido capturado com vida", declarou nesta sexta-feira sua advogada.
"Teria preferido que Abdelhamid tivesse sido interrogado para compreender por que chegou a tal ponto", declarou Nathalie Gallant a jornalistas diante do Palácio da Justiça em Bruxelas.
A advogada contou que perguntou a seu cliente se ele queria recuperar o corpo de Abdelhamid, mas o pai "não pediu que fizesse trâmites neste sentido".
Omar Abaaoud está no Marrocos. Está "profundamente depressivo", disse, afirmando também que recomendou sua aproximação "das autoridades francesas" para obter informações sobre seu outro filho, Younes, de 15 anos, que Abdelhamid levou para a Síria no início de 2014. "Quer saber se continua vivo", explicou.
"Meu cliente está muito tranquilo, sabia que as coisas acabariam mal. Apenas sente raiva do filho (Abdelhamid), nem buscar qualquer desculpa para ele", explicou Gallant.
O corpo de Abdelhamid Abaaoud, que também era conhecido como 'Abou Omar al-Baljilki' ('o belga', em árabe) foi "formalmente identificado" nesta quinta-feira no edifício de Saint-Denis, subúrbio de Paris, durante uma operação da polícia, anunciou a justiça francesa.
Segundo o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, Abdelhamid Abaaoud esteve envolvido nos ataques de Paris que deixaram ao menos 129 mortos assim como em quatro de seis atentados "evitados ou desmantelados pelos serviços franceses desde a primavera de 2015".