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Estado de Minas

Bélgica busca "vários suspeitos" e Bruxelas mantém alerta máximo

Metrô e escolas não irão funcionar diante do risco de ameaças "sérias e iminentes" de atentados, disse primeiro-ministro belga


postado em 22/11/2015 16:55 / atualizado em 22/11/2015 17:54

Estado máximo de alerta antiterrorista está vigente desde sábado(foto: NICOLAS MAETERLINCK/BELGA/AFP )
Estado máximo de alerta antiterrorista está vigente desde sábado (foto: NICOLAS MAETERLINCK/BELGA/AFP )

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, informou neste domingo que será mantido na segunda-feira em Bruxelas o alerta máximo antiterrorista. O metrô e as escolas não irão funcionar diante do risco de ameaças "sérias e iminentes" de atentados. "A ameaça é considerada séria e iminente", disse Michel, ao explicar as causas do prolongamento do estado máximo de alerta antiterrorista, vigente desde sábado.

A decisão de manter o nível 4 de alerta máximo na região de Bruxelas foi adotada em uma reunião ministerial. No resto do país será mantido o nível 3 (ameaça "possível e verossímil"). "Tememos ataques similares aos de Paris, de vários indivíduos, com ofensivas em vários lugares ao mesmo tempo, contra lugares muito frequentados", disse Michel, retomando as mesmas explicações da véspera.

As autoridades voltarão a avaliar a situação na segunda-feira à tarde. Neste domingo, além do metrô paralisado, as praças e os mercados estavam vazios. Museus e salas de espetáculo fecharam suas portas. "Um grupo de 140 pessoas pediu ontem o cancelamento de um jantar. O mercado natalino (que começaria na sexta-feira) também será cancelado", lamenta o garçom do "Roy d'Espagne", uma cervejaria muito conhecida da Grand Place de Bruxelas.

O ministro belga do Interior, Jan Jambon, teve que justificar a inédita decisão de fechar todas as estações de metrô da cidade, o comércio, os estabelecimentos culturais, assim como o cancelamento de shows e competições esportivas. "Há vários suspeitos", afirmou no sábado à noite è televisão belga. "Não faz sentido esconder isso: há uma ameaça real, mas estamos fazendo todo o possível, dia e noite, para enfrentá-la", esclareceu Jambon.

A decisão de paralisar desde o sábado a região de Bruxelas, com seus 19 municípios, foi adotada devido a um "risco de atentado similar ao de Paris", segundo o primeiro ministro belga, com "ruas comerciais, eventos, lugares públicos e transportes" como potenciais objetivos.

Busca por suspeitos

As forças de segurança procuram vários suspeitos, mas em particular Salah Abdeslam, que teve pelo menos um papel logístico nos atentados de Paris, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI). O suspeito, chamado de "inimigo público número um", continua foragido, nove dias após os atentados na capital francesa, que deixou 130 mortos. Teria fugido para a Bélgica, segundo dois homens que garantem tê-lo ajudado.

Segundo a advogada de um deles, durante o trajeto, Salah Abdeslam parecia "muito nervoso" e "talvez disposto a se explodir". Mas, segundo seu irmão, Mohammed Abdeslam, "Salah é muito inteligente". "Acho que no último momento decidiu voltar atrás", disse em entrevista à televisão belga. Outro dos irmãos Abdeslam, Brahim, se explodiu em um restaurante parisiense no dia 13 de novembro.

Avião turco desviado para o Canadá

O medo de mais ataques continua. Na madrugada de domingo, um avião da companhia turca Turkish Airlines que voava com 256 pessoas a bordo entre Nova York e Istambul foi desviado para o Canadá devido a uma ameaça de bomba. Na terça-feira, outros dois voos da Air France foram desviados após decolarem dos Estados Unidos devido a falsas ameaças anônimas de bomba.

O presidente americano Barack Obama reafirmou neste domingo que estará presente na cúpula sobre o clima de Paris, que começa no dia 30 de novembro e pediu aos demais líderes mundiais que façam o mesmo, a fim de mostrarem aos terroristas que não têm medo.

A conferência sobre o clima reunirá a partir de 30 de novembro em Paris 140 chefes de Estado e de governo do mundo todo. O porta-avião francês Charles de Gaulle realizou neste domingo seus últimos exercícios na zona do Mediterrâneo Oriental, antes de reunir seus aviões de combate na luta contra o grupo EI na Síria e no Iraque.

No plano diplomático, o presidente francês François Hollande está em campanha para convencer as grandes potências a participarem do combate da França para "destruir" o EI na Síria.

Hollande se reunirá na segunda-feira com o primeiro-ministro britânico David Cameron, na terça-feira em Washington com Obama, na quarta-feira em Paris com a chanceler alemã Angela Merkel, e depois com o presidente russo Vladimir Putin na quinta-feira em Moscou.

Nessa semana uma França ainda traumatizada prestará homenagem a seus mortos. Os primeiros enterros acontecerão na segunda-feira, após autópsias. Na sexta-feira haverá uma cerimônia de homenagem nacional.


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