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Estado de Minas

França diz que serviço de inteligência ficará à disposição do Brasil nas Olimpíadas

Ministro francês se encontrou ontem com a presidente Dilma Rousseff durante quase uma hora


postado em 22/11/2015 18:55 / atualizado em 22/11/2015 21:29

Os ministros dos Negocios Estrangeiros da Franca, Laurent Fabius, e das Relacoes Exteriores, Mauro Vieira, durante coletiva no Palacio Itamaraty sobre a COP-21(foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil )
Os ministros dos Negocios Estrangeiros da Franca, Laurent Fabius, e das Relacoes Exteriores, Mauro Vieira, durante coletiva no Palacio Itamaraty sobre a COP-21 (foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil )

O ministro dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento Internacional da França, Laurent Fabius, afirmou que seu país vai colocar à disposição do Brasil serviços de inteligência para troca de informações, na tentativa de se reduzir ao máximo riscos à segurança do Brasil, no período da Olimpíada. Fabius se encontrou ontem com a presidente Dilma Rousseff durante quase uma hora.

"Compartilhamos da análise de que o que aconteceu em Paris poderia ter ocorrido em outros países, porque o terrorismo está organizado internacionalmente", disse ele, durante entrevista concedida em Brasília. Para o ministro francês, é evidente a necessidade de que medidas de segurança sejam adotadas durante todo o período.

Fabius chegou ao Brasil neste fim de semana, como parte de um roteiro preparatório para a COP 21, que começa no dia 30, na França. No sábado, 21, foi o último trecho do roteiro: nos últimos dias, ele esteve também na Índia e na África do Sul.

No Palácio da Alvorada, Dilma prestou solidariedade ao ministro sobre os ataques ocorridos há duas semanas na França. "Fiquei sensibilizado", relatou ele, que se disse comovido com a mensagem enviada por Dilma a seu país, após os ataques assumidos pelo Estado Islâmico, no último dia 13. O ministro também se solidarizou com a presidente por causa da tragédia ambiental em Mariana.

Fabius alertou sobre a necessidade de que todos os países se preocupem "de forma séria" sobre as medidas para combate ao terrorismo. "Estou convencido de que tudo será feito", avaliou.

Para o chanceler brasileiro Mauro Vieira, a troca de informações será bem-vinda. "Durante o encontro, falamos sobre tristes acontecimentos e comentamos sobre as medidas que estão sendo adotadas", disse o ministro das Relações Exteriores. Vieira observou que a França tem experiência em organizar eventos esportivos e citou como exemplo a Copa do Mundo e a Olimpíada de Inverno. "Vamos ouvir e discutir os comentários e ver o que tem a oferecer", ponderou.

O ministro francês comentou, ainda, sobre as medidas de segurança em torno da Conferência do Clima, que deverá se estender até o dia 11 de dezembro. Ele considerou essencial a manutenção do evento. "Não podíamos ceder. A partir de agora temos de manter a segurança em um nível de 100%", disse.

Na sua avaliação, a tarefa é possível nos locais onde a reunião do clima deverá ocorrer. O mesmo, no entanto, não acontece nas ruas. "Estamos assegurando um número considerável de forças. Todas as delegações vão estar num sítio protegido. Mas não temos como assegurar a segurança nas ruas", disse, ao justificar por que foram proibidas as manifestações. "Não temos como controlar a parte externa."

Questionado sobre a possibilidade da a Grã Bretanha participar das operações em campo, dentro da ofensiva contra terrorismo desencadeada depois dos ataques em Paris, no último dia 13, Fabius procurou não ser taxativo. Informou que o primeiro ministro David Cameron será recebido na França na segunda-feira, 23.

"Não sei o que o primeiro ministro deseja. Mas tenho observado que os amigos estão solidários para o combate ao terrorismo nas nossas análises e estão se voluntariando na luta." De acordo com o ministro, além da reunião com David Cameron, serão realizados encontros com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na terça, com a chanceler alemã Angela Merckel na quarta e na quinta com o russo Wladimir Putin.

Diante da escalada do terrorismo, Fabius afirmou ser necessário atuar de forma "implacável". "Ações de segurança necessitam ser exercidas de forma dura", insistiu ele.


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