"Todas estas testemunhas cultivaram o dom do Espírito Santo em suas vidas deram livre testemunho de sua fé em Jesus Cristo, mesmo que ao custo de sua vida, e muitos deles em idade muito jovem", completou Francisco. O pontífice celebrou a missa no santuário de Namugongo, perto da capital Kampala, onde 45 cristãos foram martirizados em 1886 por não abjurar de sua fé.
Os presidentes do Sudão do Sul, Salva Kiir, e de Uganda, Yoweri Museveni, também compareceram à cerimônia religiosa. O testemunho dos mártires, destacou o papa, "mostra a todos que os prazeres mundanos e o poder terreno não dão alegria nem paz duradoura". "É a fidelidade a Deus, a honradez e a integridade da vida, assim como a genuína preocupação com o bem dos outros que nos levam a esta paz que o mundo não pode oferecer", completou o pontífice, antes de convidar os ugandeses a rejeitar a corrupção e a busca de prazeres terrenos.
Os mártires homenageados pelo papa eram integrantes do reino de Mwanga II, rei dos Baganda (1884-1888), um dos povoados da atual Uganda. O monarca considerava que a influência dos missionários europeus reduzia seu poder de destruía as tradições de seu povo.
O rei não perdoava que o fato de que estes jovens, influenciados pelo catecismo, negassem favores sexuais.
ENCONTRO COM JOVENS Durante a tarde, o papa visitará a pista de aviação de Kololo, em Kampala, onde se reunirá com jovens ugandeses.
O pontífice deve ouvir o discurso de um ex-menino soldado da violenta rebelião do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês). A organização criada em Uganda reivindica um regime baseado nos 10 mandamentos da Bíblia.
O LRA é conhecido pelos atos violentos: sequestro de crianças que viram soldados ou escravos, mutilações e massacres de civis. Expulso do norte de Uganda, continua espalhando o terror nas florestas dos países vizinhos, incluindo a República Centro-Africana. O papa também visitará a casa de caridade de Nalukolongo, onde se reunirá com pobres de todas as religiões e idades. Depois do Quênia, Uganda é a segunda etapa da viagem ao continente africano de Francisco.
No domingo, o papa visitará Bangui, capital da República Centro-Africana, devastada desde 2013 por uma guerra civil com tom religioso e a etapa mais perigosa da viagem, onde pretende apresentar uma mensagem de paz e reconciliação.