Mais de um terço dos imigrantes soropositivos da África subsaariana que moram na região metropolitana de Paris foram infectados pelo vírus da aids depois que chegaram na França - é o que mostra um estudo publicado nesta terça-feira numa revista especializada francesa.
Até agora, a epidemia na África subsaariana - com quase 25,8 milhões de pessoas infectadas pelo hiv em 2014 e 70% das novas infecções no mundo - deixavam supor que os imigrantes soropositivos teriam contraído o vírus da aids antes de sua chegada na França.
Mas, ao contrário, a contaminação para uma importante parcela dentre eles (entre 35% e 49%), ocorreu na França, segundo o estudo da ANRS Parcours realizado com imigrantes subsaarianos que moram na Île-de-France (IDF) por Annabel Desgrées du Loû, diretora de pesquisa no Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), em parceria com o Inserm.
A pesquisa foi feita com 898 pacientes (dos quais 550 mulheres) em tratamento pelo hiv, foi realizada entre fevereiro de 2012 e maio de 2013 na região que recebe o maior número de imigrantes da "África negra", em 74 serviços de saúde e serviços hospitalares.
Em média, os pacientes tinham 43 anos de idade e moravam na França há 12 anos.
A proporção de imigrantes infectados após chegarem na França foi estimada a partir de dados biográficos (história migratória, atividade sexual e exames de sangue realizados na França) e clínicos.
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