As cerimônias de terça-feira ocorreram no momento em que o Charlie Hebdo publica um número especial, com cartuns obscenos e ofensivos, em defesa da liberdade de expressão e ironizando muitos, de fundamentalistas muçulmanos a crianças, de políticos a padres católicos.
Familiares das vítimas se uniram a Hollande e outras autoridades perto do prédio onde a equipe do Charlie Hebdo fazia uma reunião de pauta quando dois irmãos fortemente armados invadiram o local, em 7 de janeiro de 2015, matando 11 pessoas. "À memória das vítimas do ataque terrorista contra a liberdade de expressão", diz a placa colocada no local.
Foi também homenageado o policial morto quando tentava perseguir os homens que fugiam. O policial, muçulmano, foi lembrado com a mensagem "Eu sou Ahmed", pintada com spray em vermelho, branco e azul, as cores da bandeira da França. Após os ataques, pessoas pelo mundo apoiaram a mensagem "Je suis Charlie" para expressar a solidariedade aos jornalistas mortos, atacados por fazerem caricaturas do profeta Maomé.
Hollande homenageou também as quatro pessoas mortas em um mercado de produtos kosher, um ataque que reavivou os temores de antissemitismo, na nação com a maior comunidade judaica da Europa. O presidente se encontrou rapidamente com alguns dos sobreviventes do ataque ocorrido dentro do mercado, incluindo o malinês Lassana Bathily, que escondeu vários reféns no estoque do subsolo da loja e fugiu para ajudar a polícia na operação de resgate dos 15 reféns. Bathily foi considerado um herói e recebeu a cidadania francesa.
A placa em homenagem em Charlie Hebdo foi rapidamente coberta, após autoridades perceberem que havia um erro no nome do cartonista morto Georges Wolinski. Uma nova placa está sendo preparada, após o embaraçoso incidente.
Hollande descobrirá outra placa no sábado, para homenagear a policial Clarissa Jean-Philippe, morta no subúrbio parisiense de Montrouge por um dos responsáveis pelo ataque ao periódico, em 8 de janeiro.
A França continua em estado de emergência, após os ataques de 13 de novembro em Paris que mataram 130 pessoas.