EUA alertam grávidas sobre presença de zika no Brasil

AFP

Os Estados Unidos advertiram na sexta-feira as mulheres grávidas para que evitem viajar ao Brasil e a outros 13 países da América Latina afetados pelo vírus zika, que pode provocar graves consequências para o feto.

"O vírus está se espalhando muito rapidamente através das Américas", disse Lyle Petersen, diretor da divisão de doenças infecciosas transmitidas por vetores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) em uma conferência por telefone com repórteres.

"Pensamos que era muito importante advertir as pessoas o mais rápido possível", disse.

Segundo ele, 26 casos foram diagnosticados nos Estados Unidos desde 2007 em pessoas que contraíram o vírus fora do país.

As zonas listadas são: Brasil, Guiana Francesa, Martinica, Porto Rico, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Suriname e Venezuela.

"Mulheres grávidas em qualquer estágio devem considerar o adiamento de viagens às zonas onde a transmissão do vírus é permanente", recomenda o CDC.

O vírus pode provocar febre, erupções cutâneas, conjuntivite, dores musculares e de cabeça, sintomas que, em geral, duram uma semana. Manifesta-se entre três e 12 dias após a picada do mosquito.

No entanto, em mulheres grávidas o vírus pode ser transmitido para o feto e provocar graves consequências congênitas ou até a morte.

No Brasil, mais de 3.500 casos de microcefalia foram registrados entre outubro de 2015 e neste mês de janeiro, no período de maior incidência do vírus zika.

A análise de quatro destes casos mostra que os bebês estavam infectados com zika enquanto estavam no útero e que o vírus chegou aos seus cérebros. Dois destes casos terminaram em abortos espontâneos e os outros dois na morte dos bebês pouco depois de nascer.

"As quatro mães informaram ter registrado sintomas de febre e erupção cutânea durante sua gravidez, que coincidem com o vírus da zika", indicou o CDC.

"Análises da sequência genética indicaram que os vírus nos quatro casos foram iguais à cepa do vírus zika que circula no Brasil", acrescentou.

Os especialistas dizem ainda não poder estimar o quanto os casos de microcefalia cresceram no Brasil, mas confirmam que há um aumento no número de casos.

"Até que nós saibamos mais, e para agir com prudência, o CDC recomenda às mulheres grávidas ou às que querem engravidar que tomem precauções especiais", afirma o Centro.

O zika vírus, que é transmitido de pessoa para pessoa por uma picada de mosquito, não tem nenhuma vacina ou tratamento curativo, somente os sintomas podem ser tratados.

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