Tsai Ing-Wen, a um passo de se tornar a primeira mulher presidente de Taiwan, é uma intelectual discreta que tem uma grande reputação e é admiradora da ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher.
Tsai, de 59 anos, oferece ao principal movimento opositor, o Partido Democrático Progressista (PDP) uma nova vitória frente ao Kuomintang (KMT), desde a presidência de Chen Shui-bian (2000-2008).
Esta antiga professora universitária, conhecida pela discrição, optou pela cautela a respeito da China após seu fracasso nas eleições presidenciais de 2012, uma derrota atribuída a sua desconfiança relativa a Pequim.
Desta vez, na campanha, defendeu o status quo nas relações bilaterais.
Tsai vem de uma família rica do condado de Pingtung (sul). Estudou direito na Universidade Nacional de Taiwan e continuou seus estudos nos Estados Unidos, na Universidade de Cornell (estado de Nova York), onde obteve um mestrado, e na London School of Economics, onde obteve seu doutorado.
No seu regresso a Taiwan, deu aulas de direito e mais tarde trabalhou como ministra do governo para o comércio internacional e as relações com a China.
Do período em que viveu no Reino Unido, nos anos 1980, Tsai guarda certa admiração pela personalidade forte da Dama de Ferro, Margaret Thatcher.
Em 2000 ocupou seu primeiro cargo governamental importante, como chefe do Conselho de Assuntos Continentais, encarregado da política com a China, e em 2006 foi nomeada vice-primeira-ministra.
Até 2004 não foi membro do PDP, que passou a presidir quatro anos depois, justo quando o partido estava envolvido em escândalos de corrupção que lhe custaram as eleições presidenciais, quando venceu o candidato do KMT, Ma Ying-jeou, com sua política de aproximação de Pequim.
Tsai é uma intelectual conhecida por sua habilidade para a negociação. Não gosta de publicidade, diferentemente de muitos de seus colegas do PDP.
Os destinos da China e de Taiwan se separaram desde a guerra civil e a proclamação por Mao Tsé-tung da República Popular da China (RPC) em 1949. Os nacionalistas do KMT se refugiaram então na ilha.
Pequim argumenta que a ilha continua fazendo parte de seu território.
Nos anos 2000, sob a presidência de Chen Shui-bian, partidário da independência, as relações com a China pioraram.
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