Allup, um político experiente, com décadas de disputas eleitorais, tem sido um destes canais. Pelo lado do governo, o recém-empossado vice-presidente Aristóbulo Istúriz, professor universitário, chavista de primeira hora, mas visto como um moderado, é quem cumpre essa missão.
Na semana passada, Istúriz e Ramos Allup trocaram dezenas de telefonemas em busca de uma saída institucional para o impasse sobre os três deputados do Estado do Amazonas que tiveram as candidaturas impugnadas, mas tomaram posse na Assembleia. O Executivo se recusava a admitir a legitimidade do Legislativo se os deputados não fossem excluídos do Parlamento.
Diante da possibilidade de acirramento do impasse, os dois conseguiram convencer tanto a bancada governista quanto a maioria oposicionista a se ausentarem da sessão de quarta-feira, ganhando mais tempo para o diálogo. Na mesma noite os deputados impugnados pediram a desincorporação da Assembleia, Allup acatou a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e o impasse foi superado sem traumas nem violência. Pouco depois foi revelado que a deputada Cilia Flores, mulher de Maduro, participou ativamente do diálogo.
Para a oposição, a nova postura do governo é uma das primeiras consequências do resultado das eleições parlamentares de 6 de dezembro. O governo está atravessando a etapa do luto, quando se tem uma perda.
Segundo analistas, a grave situação econômica do país foi fundamental para a mudança de atitude. Os dois lados da disputa avaliam que a derrota do governo nas eleições parlamentares é um recado da população sobre a economia. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..