A Colômbia prevê para este ano mais de 600 mil infectados pelo vírus zika, com consequências graves apenas para as grávidas, anunciou nesta quarta-feira o ministro da Saúde, Alejandro Gaviria.
"Esperamos uma evolução semelhante a do vírus chicungunya no ano passado, encerrando o ano com um número de casos entre 600 mil e 700 mil", disse Gaviria em Bogotá, onde destacou que a Colômbia é o segundo país mais afetado pela epidemia na América Latina, depois do Brasil, entre os países que reportam casos.
Autoridades sanitárias acompanham 560 gestantes, o grupo mais vulnerável ao vírus, que, no Brasil, está sendo relacionado à microcefalia.
Na Colômbia, já nasceram 106 bebês de mães infectadas pelo zika. Em 30 deles, foram descartadas alterações neurológicas, embora o Ministério afirme que eles devem ser submetidos a análises durante um ano.
"Poderíamos esperar na Colômbia de 450 a 600 casos de microcefalia em crianças se for registrada uma situação semelhante a do Brasil", declarou o vice-ministro da Saúde, Fernando Ruiz.
Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Saúde (INS), a Colômbia já registrou 13.531 casos do vírus zika, dos quais 10. 837 foram confirmados clinicamente, 776 foram confirmados por laboratório e 1.918 são suspeitos.
No começo do mês, o governo da Colômbia recomendou aos casais que evitem uma gravidez nos próximos meses, ante a propagação do vírus. "Deveriam considerar adiar a gestação por seis ou oito meses", insistiu Gaviria nesta quarta-feira.
Até o momento, as Américas registram 20 países com circulação autóctone do vírus, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde. (OPS).