Maduro acusa oposição parlamentar de dar as costas à Venezuela

AFP

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou, nesta sexta-feira, a oposição parlamentar de haver dado as "costas ao país" ao rejeitar um decreto de emergência para enfrentar a crise econômica.

"Lamentamos muito que a Assembleia Nacional, a maioria que a controla, esteja virando as costas ao país neste momento", disse Maduro em seu primeiro pronunciamento após o anúncio da bancada opositora na Assembleia Nacional.

Um comitê legislativo que estudou o decreto emitido por Maduro na semana passada previu que recomendará ao plenário o voto contra na reunião que acontece na tarde desta sexta-feira.

Durante um encontro com o recém-criado Conselho Nacional de Economia Produtiva, integrado por funcionários e empresários, Maduro criticou o fato de que "em vez de se incorporar de maneira pró-ativa nesta situação de emergência econômica", a oposição "preferiu o caminho do show, do confronto improdutivo".

"Para o debate político, há diversos cenários, mas eu desejava, uma vez que estou oferecendo a maior boa vontade, que a Assembleia tivesse a mesma conduta", acrescentou o líder socialista.

A maioria opositora na Câmara informou que não aprovará o decreto, depois que os ministros da área econômica se negaram a ajudar o Parlamento para expor as notícias da declaração de emergência econômica.

Maduro assegurou que a reunião dos ministros com os membros da assembleia foi iniciativa sua, mas a maioria opositora quis transformá-la em um "show" no qual pretendia interrogar funcionários na presença dos meios de comunicação, o que, segundo ele, não estava acordado, influenciando sua decisão em cancelar o encontro.

"Nós queríamos a reunião, eu a organizei, e era esperado que nos encontraríamos para trabalhar, não para fazer um show", afirmou.

"Lamento muito por esta reviravolta muito negativa que se aproxima mais a outros planos do que ao desejo real de que possamos levar adiante iniciativas econômicas que nos permitam" enfrentar a crise, destacou.

A Venezuela sofre uma dura crise com uma inflação anualizada de 141,5% em setembro de 2015 e um retrocesso de 4,5% no PIB em janeiro e setembro de 2015, em uma conjuntura desfavorável pela queda dos preços do petróleo, que esta semana baixou para 21,63 dólares por barril.

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