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Estado de Minas

Jeb Bush tenta salvar sua candidatura à Casa Branca


postado em 28/01/2016 11:01

Jeb Bush já foi um dos favoritos na corrida para a Casa Branca. Hoje, alguns de seus colegas condicionam a sua "sobrevivência" a um grande teste: a primária em New Hampshire, em 9 de fevereiro.

O clima político, antissistema, não é propício para Jeb Bush, ex-governador da Flórida, filho e irmão dos dois últimos presidentes republicanos, George H. W. Bush (1989-1993) e George W. Bush (2001-2009).

O bilionário Donald Trump está à frente nas intenções de voto dos republicanos a nível nacional, seguido pelo senador do Texas Ted Cruz, um ultra-conservador que também aposta na rejeição ao sistema dos eleitores.

Inicialmente, a candidatura de Jeb Bush parecia promissora. Há cerca de um ano, os amigos do republicano arrecadaram mais de 100 milhões de dólares antes mesmo de sua declaração formal de candidatura, em 15 de junho de 2015.

No dia seguinte, Donald Trump anunciou sua entrada na corrida, bagunçando as primárias.

Hoje, Jeb Bush recolhe em média, entre 3 e 4% dos votos, e Donald Trump (34%) o ridiculariza por sua falta de energia. Ele chegou a incentivá-lo a usar seu sobrenome para subir nas pesquisas.

"Ele diz que não compreende esse fenômeno", afirma à AFP um dos principais doadores de Jeb Bush. Segundo ele, o republicano foi surpreendido pelo sucesso de um homem com uma má compreensão das questões de política externa. Jeb Bush está chocado com o fato de "um homem como Trump ser recompensado por tantas declarações ultrajantes, intolerantes e falsas", afirma.

As primárias vão se estender por vários meses em todos os estados, mas o início em Iowa, em 1º de fevereiro, e depois em New Hampshire, em 9 de fevereiro, é essencial, porque estas consultas iniciais são o primeiro teste eleitoral real, depois de meses de pesquisas virtuais.

Os dois estados são muitas vezes utilizados para eliminar os candidatos mais fracos.

Jeb Bush aparentemente abandonou Iowa para esperar um bom desempenho em New Hampshire, onde reforçou suas equipes. É neste estado que ele aparece em melhor posição, com uma média de 9% das intenções de voto, de acordo com o site especializado RealClearPolitics.

"Eu acabei me convencendo de que para Jeb, New Hampshire é uma questão de vida ou morte", disse o doador. "Eu nunca poderia ter imaginado esse cenário. Ele colocou um monte de recursos em New Hampshire, como se tivesse apostado todas as suas fichas no meio da mesa".

Alcançar Trump

Bush não é o único a ter sido marginalizados por Donald Trump. Os governadores de Nova Jersey, Chris Christie, e Ohio, John Kasich, também têm a intenção de reunir os eleitores "sérios", aqueles que eles acreditam ser anti-Trump, e baseiam a sua estratégia num sucesso em New Hampshire.

"O establishment republicano é apoplético frente a Trump e Cruz", afirma o professor Steffen Schmidt, da Universidade Estadual de Iowa, que acompanha as presidenciais há 40 anos.

De acordo com o cientista político, não é inteligente se concentrar em New Hampshire, e sim nas etapas primárias seguintes, onde Jeb Bush e outros podem angariar muitos delegados.

Nova York, Illinois, Ohio, Wisconsin, Pensilvânia vão votar em março e abril, e Califórnia e Nova Jersey em junho. Nesses estados, os republicanos são considerados mais tradicionais e menos propensos a votar em Trump.

Para se manter até lá, o tesouro de guerra de Jeb Bush será muito útil, diz Steffen Schmidt. Para ganhar na Califórnia, o estado mais populoso, por exemplo, os candidatos deverão gastar fortunas em comerciais de televisão.

Os partidários de Bush, no entanto, lamentam que ele não tenha atacado mais forte, na televisão, o seu adversário Donald Trump.

Para o consultor político Stuart Stevens, assessor do candidato republicano Mitt Romney em 2012, Jeb Bush deveria ter atacado Donald Trump desde o início, em vez de atacar seus rivais de centro-direita, incluindo o senador Marco Rubio, terceiro nas pesquisas nacionais.

"Não há nada de vergonhoso em perder uma eleição presidencial", disse Stuart Stevens à AFP. "Mas fazer uma campanha e perder ajudando a pessoa que representa tudo o que você se opõe no Partido Republicano e na vida, seria uma tragédia".


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