Os bombardeios russos contra organizações da oposição e civis na cidade síria de Aleppo "favorecem diretamente" o grupo Estado Islâmico (EI), afirmou nesta quarta-feira um funcionário americano na véspera de uma conferência internacional sobre este conflito.
"O que a Rússia faz favorece diretamente o EI", declarou o emissário especial do presidente americano, Barack Obama, para a coalizão internacional anti-jihadista, Brett McGurk, em comparecimento perante a Comissão de Assuntos Externos da Câmara de Representantes.
O chefe da diplomacia americana, John Kerry, acusa a Rússia de ter torpedeado os esforços de paz na Síria com os bombardeios em Aleppo em apoio às forças do regime sírio.
Kerry e cerca de 20 ministros de potências mundiais e regionais, entre eles o chanceler russo, Serguei Lavrov, se reunirão na quinta-feira em Munique em um novo encontro do Grupo Internacional de Apoio à Síria, que tentará conseguir um cessar-fogo e um acesso humanitário às cidades sírias sitiadas.
O secretário de Estado americano exigiu na terça-feira de Moscou um "cessar-fogo imediato" na Síria e deter a campanha de bombardeios iniciada em 30 de setembro, que se intensificou nos últimos dias contra grupos da oposição e civis.
Washington, por sua vez, dirige uma coalizão militar de 65 países, que efetua bombardeios na Síria desde setembro de 2014.
"Nos seis próximos meses devemos acelerar e reforçar nossa estratégia", disse McGurk diante a comissão do Congresso. No entanto, "nossos progressos não serão lineares e deve-se esperar reveses e surpresas", acrescentou.