Morreu nesta sexta-feira o escritor italiano Umberto Eco, segundo o jornal La Repubblica. A informação foi repassada ao veículo pela família. Eco nasceu em Alexandria, no dia 5 de janeiro de 1932, e faleceu às 22h30 (horário local) em sua residência, em Miläo.
Escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo, Eco é autor de O nome da rosa (1980), Pêndulo de Foucault (1988) e O cemitério de Praga (2010). No fim do ano passado, ele publicou Número zero, considerado um manual do mau jornalismo.
O clássico O nome da rosa foi adaptado para o cinema em 1986, por Jean-Jacques Annaud, com Sean Connery como o frade franciscano Guilherme de Baskerville e Christian Slater como o noviço Adson von Melk. Eles investigam uma série de crimes que assolam uma abadia medieval. Contra a resistência de outros religiosos, em período no qual o riso era considerado um pecado, eles descobrem a razão por trás das ações criminosas: uma biblioteca com obras não aceitas pela Igreja.
O mais recente livro publicado pelo escritor e filósofo, em 2015, expunha as entranhas jornalísticas na parte mais sensível. Número zero criava uma trama na qual a edição de um jornal de 1992 nunca chegava às ruas e servia para chantegear autoridades e pessoas a quem as matérias, se levadas até os leitores, poderiam ser danosas.
O autor colocava em xeque a prática nefasta de parte da imprensa de utilizar o veículo como instrumento de coação e pressão em vez de ser informativo. O livro remetia a um ano simbólico também para a Itália contemporânea atingida por corrupção e pela famosa investigação Mãos Limpas, pela qual inúmeras autoridades do país foram enquadradas na lei pela práticas de crimes.