O republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton são os favoritos da "Super Terça" das primárias à Casa Branca, dia capital que poderá garantir ao milionário americano a indicação de seu partido.
As primárias de 1º de março serão realizadas em 11 estados para cada partido (12 no total).
Mas poderiam dar uma vantagem significativa para Donald Trump e Hillary Clinton na corrida para as convenções de investidura de julho - e talvez enterrar as esperanças de seus rivais de se recuperar.
A ex-secretária de Estado é a favorita da "Super Terça" dos democratas. Ela infligiu no sábado uma derrota ao senador de Vermont, Bernie Sanders, na Carolina do Sul, e aparece com entre 20 e 34 pontos à frente no Texas, na Geórgia e Tennessee, de acordo com pesquisas publicadas no domingo pela NBC/Wall Street Journal.
A candidata está tão confiante que passa mais tempo do que antes a falar sobre a próxima etapa, a eleição de novembro.
"Eu não acredito que a América deixou de ser grande. O que precisamos fazer é resgatar a unidade da América", declarou nesta segunda-feira em Massachusetts, um dos estados da "Super Terça", varrendo o slogan de Donald Trump, sem nomeá-lo. "Não podemos aceitar que os republicanos designem bodes expiatórios, acusem, apontem o dedo."
Bernie Sanders admitiu ter sido "morto" na Carolina do Sul, onde 86% dos negros votaram na esposa de Bill Clinton. Sua estratégia depende, portanto, dos estados onde as minorias são menos representativas: Massachusetts, Minnesota, Oklahoma, Colorado, e, claro, seu próprio estado de Vermont, que faz fronteira com Quebec.
Matematicamente, é impossível que Hillary Clinton conquiste uma maioria dos 4.763 delegados a curto prazo, ou seja, na terça-feira. Sua equipe reiterou aos repórteres que será uma maratona.
Mas a candidata mostrou sua força ao vencer três das quatro primeiras consultas em um mês, dando um novo fôlego à sua campanha, enquanto Bernie Sanders aproximava-se perigosamente dela nas pesquisas desde janeiro.
Guerra civil entre os republicanos
Donald Trump continua a dominar seus quatro adversários, principalmente os senadores Marco Rubio (Flórida) e Ted Cruz (Texas).
Ele é apontado com 49% das intenções de voto dos republicanos, a nível nacional, segundo uma pesquisa CNN publicada nesta segunda-feira e realizada na semana passada, antes da última salva, muito virulenta, de ataques lançada por Marco Rubio (16%) e Ted Cruz (15%), com 5 pontos de margem de erro.
Donald Trump nunca esteve tão à frente em uma pesquisa, mostrando que o abandono dos outros candidatos nas últimas semanas o beneficiou.
O empresário ganhou, com uma margem impensável há alguns meses, as três últimas consultas: New Hampshire, Carolina do Sul, Nevada.
Ele mostrou que seu índice nas pesquisas não era uma miragem e conseguiu conquistar uma ampla rede de partidários, incluindo conservadores e republicanos moderados. Nenhuma polêmica, nenhuma derrapagem até à data, mas nunca os ataques contra ele foram tão duros quanto os dos últimos dias.
"Não sou eu, eu sou um mensageiro, é realmente um movimento, vamos ter de volta o nosso país, vamos gerenciá-lo de forma inteligente em vez de sermos idiotas", afirmou, com seu boné vermelho "Torne a América forte de novo" a um público recorde no domingo em Madison, Alabama.
Cerca de 32.000 pessoas, de acordo com ele, é um número estonteante para a campanha eleitoral americana.
A ansiedade se transformou em pânico entre os barões republicanos que acreditam que a nomeação de Donald Trump seria a garantia de uma derrota na eleição presidencial e transformaria o partido por uma geração.
Sua hegemonia também causou um nivelamento por baixo da campanha, e os insultos se multiplicam desde quinta-feira, um show deplorado pelos outros dois candidatos na corrida, o governador de Ohio, John Kasich, e o ex-neurocirurgião Ben Carson.
Marco Rubio e Ted Cruz decidiram atacar o bilionário por seus fracassos, sua renda e aparência.
Donald Trump "é o Bernie Madoff da política americana", afirmou, por sua vez, Marco Rubio na Fox News, referindo-se ao financista condenado por fraude.
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