O Conselho de Segurança da ONU adotou, nesta sexta-feira, uma resolução que contempla a repatriação de integrantes das missões dos capacetes azuis que forem denunciados por abusos sexuais.
Aprovada com 14 votos a favor e com a abstenção do Egito, a resolução enfrenta, pela primeira vez, as denúncias de abusos sexuais contra os soldados das missões de paz das Nações Unidas.
A decisão determina ainda que os países que não tomarem medidas para punir esses militares poderão ser excluídos da formação de futuras missões.
Segundo um relatório publicado na semana passada pela ONU, em 2015, foram registrados 69 casos de abusos sexuais que teriam sido cometidos por boinas azuis provenientes de 21 países.
A resolução proposta pelos Estados Unidos causou reservas de vários países, entre eles Rússia, Egito e Senegal.
O Egito alegou que a resolução impunha uma "punição coletivo" para um crime cometido por "algumas dezenas".
O embaixador egípcio Amr Abdellatif Abulatta defendeu que a forma como o problema foi abordado pode "ter um grave impacto sobre o moral e afetar a reputação" dos países que se comprometem com as missões da ONU.
Quatro países (Angola, Rússia, China e Venezuela) pediram uma emenda ao texto, mas acabaram aderindo ao texto americano.