Grupos de dissidentes cubanos acham que a visita do presidente Barack Obama propiciará uma "mudança radical" no governo de Raúl Castro e no fim da "política de repressão" contra os opositores, segundo uma declaração divulgada neste sábado.
Um coletivo de organizações de ativistas saudou a chegada de Obama neste domingo como "outro passo adiante" no processo de normalização das relações entre Estados Unidos e Cuba iniciado no final de 2014.
"É uma oportunidade para que a classe política governante cubana entenda que já não há espaço para a filosofia de 'fortaleza sitiada', que classifica todo dissidente como um traidor", afirmou em um comunicado.
Os dissidentes acreditam que Obama poderá contribuir com uma "mudança radical no comportamento das autoridades" em matéria de direitos humanos, começando pelo "fim da repressão e o uso da violência física contra todos os ativistas políticos e de direitos humanos".
Obama prevê reunir-se na terça-feira com dissidentes em uma de suas últimas atividades antes de partir para a Argentina.
O mandatário prometeu ao grupo Damas de Branco que falaria diretamente com Raúl Castro sobre os "obstáculos" que existem na ilha para o pleno exercício de liberdades civis, segundo uma carta divulgada no último domingo.
A organização Damas de Branco, integrada por esposas de ex-presos políticos, é ilegal em Cuba e suas ativistas denunciam frequentemente prisões temporárias e ações da polícia para impedir sua mobilização.
Cuba nega ter presos políticos e atribui as detenções de dissidentes a violações ao código penal.
Na sexta-feira o chanceler Bruno Rodríguez antecipou que Cuba não negociará com os Estados Unidos qualquer mudança de sua política como consequência da visita de Obama.
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