Pelo menos 34 pessoas morreram e 187 ficaram feridas nas explosões que atingiram o aeroporto internacional de Bruxelas e uma estação de metrô perto de instituições da União Europeia nesta terça-feira, qualificadas por autoridades como ataques terroristas.
Um suicida cometeu o ataque no aeroporto e as autoridades avaliavam se parte dos responsáveis pelos atentados pode ter fugido, afirmou em entrevista coletiva um promotor federal da Bélgica. As explosões ocorreram dias após a prisão de Salah Abdeslam, apontado como um dos principais responsáveis pelos ataques e que foi capturado em Bruxelas, após uma caçada de quatro meses.
Pouco depois das 8h (4h de Brasília), duas explosões quase simultâneas atingiram a área de desembarque do aeroporto internacional de Bruxelas. "Primeiro aconteceu uma pequena explosão e depois uma mais forte na altura do check-in", afirmou a jornalista Teresa Küchler, do jornal sueco Svenska Dagbladet. "Todo o edifício tremeu, havia fumaça por todos os lados e pessoas jogadas no chão do terminal. Pedaços do teto caíram", disse.
Imagens exibidas por canais de televisão mostraram cenas de pânico, com centenas de passageiros fugindo do terminal, em meio à fumaça e aos vidros quebrados.
A Procuradoria Federal confirmou à imprensa dezenas de feridos no aeroporto. Pouco depois aconteceu pelo menos uma explosão na estação de metrô de Maalbeek, o bairro de Bruxelas onde ficam as instituições europeias. Um jornalista da AFP observou do lado de fora da estação 15 pessoas, com os rostos ensanguentados, recebendo atendimento médico.
O ministro do Interior, Jan Jambon, elevou o alerta de ameaça terrorista no país ao nível máximo.
As explosões desta terça-feira acontecem após a detenção na sexta-feira em Bruxelas de Salah Abdeslam, principal suspeito dos ataques terroristas de Paris em novembro, após quatro meses de uma operação de busca e captura.
Reforço da segurança
As autoridades belgas fecharam o metrô, o aeroporto, o serviço de bondes, ônibus, assim como as principais estações ferroviárias da capital. A Comissão Europeia pediu aos funcionários que não compareçam ao trabalho ou permaneçam nos escritórios. O centro de crise do governo belga solicitou aos moradores de Bruxelas que permaneçam em casa.
Ao mesmo tempo, as autoridades de vários países europeus reforçaram a segurança em seus aeroportos e fronteiras. Grã-Bretanha, França, Alemanha, Holanda e Dinamarca anunciaram a intensificação dos controles. Além disso, a linha Eurostar, que liga Paris e Londres com Bruxelas por trem, suspendeu as viagens à capital belga.
As reações políticas foram rápidas. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, condenou os "ataques terroristas" em um comunicado.
"É um ataque contra a Europa democrática. Jamais aceitaremos que terroristas agridam nossas sociedades abertas", afirmou o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven. O premier dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, denunciou no Twitter um "ataque abjeto".
Cancelamentos
O treino da seleção belga previsto para esta terça-feira em Bruxelas foi cancelado, anunciou a Federação Belga de Futebol (URBSFA).
A equipe se prepara para um amistoso no dia 29 de março contra Portugal. A Federação não confirmou se a partida será disputada ou não.
Além disso, a competição de ciclismo clássica A, na região de Flandres, prevista para quarta-feira em Waregem, ao norte do país, também foi cancelada.
Europa em alerta
Os aeroportos Roissy-Charles-de-Gaulle, na região de Paris, e o de Frankfurt reforçaram nesta terça-feira as medidas de segurança após as explosões no aeroporto internacional de Bruxelas que deixaram pelo menos 13 mortos e 35 feridos segundo a Procuradoria Federal belga, citada pela imprensa local.
O aeroporto londrino de Gatwick também reforçou a segurança após as explosões em Bruxelas.
As unidades de luta antiterrorista da Holanda anunciaram o reforço das medidas de segurança nos aeroportos de todo o país.
Com informações da AFP e Agência Estado .