O líder norte-americano, que será alvo de protestos em razão da ajuda americana aos militares, traz o compromisso de abrir documentos secretos do período de exceção. Grupos de defesa de direitos humanos esperam contar com dados da CIA, do FBI e dos departamentos do Tesouro e de Segurança Interna para encontrar desaparecidos e seus filhos.
Em 2000, 4.600 documentos do Departamento de Estado americano foram divulgados numa negociação entre os governos de Fernando de la Rúa e Bill Clinton. "Naquele lote, descobriu-se que Henry Kissinger tinha dito em 1976 ao almirante argentino César Guzzetti 'quanto mais rápido tenham êxito, melhor'", disse Guillermo García, então porta-voz do chanceler argentino Adalberto Rodríguez Giavarini.
Na época cogitou-se que o democrata Clinton tinha interesse em expor o apoio do republicano Kissinger ao golpe. O democrata Jimmy Carter, que governou simultaneamente ao regime argentino, é reconhecido como um dos que mais ajudou a reconstituir o período.
Obama encaixou a passagem pela Argentina após sua viagem a Cuba para apoiar Macri, com quem se reunirá na manhã desta quarta-feira. A abertura econômica e a ênfase com que o argentino pede a libertação de presos políticos na Venezuela foram elogiadas por Obama, que se referiu à antecessora, Cristina Kirchner, como antiamericana.
Obama dará uma palestra à tarde a jovens empreendedores em um centro cultural no bairro da Boca, antes de um jantar oficial. A recepção, para a qual foram convidados alguns opositores, será no Centro Cultural Kirchner.