Centenas de familiares das 149 vítimas da tragédia do voo da Germanwings, muitos dos quais vindos da Alemanha e da Espanha, reuniram-se nesta quinta-feira em Vernet, no sul dos Alpes franceses, para lembrar, um ano depois, a catástrofe causada pelo copiloto do voo A320.
No total, mais de 600 pessoas participam nas cerimônias privadas, que começaram às 10h30 local (6h30 de Brasília), organizadas perto do local da tragédia pela companhia aérea alemã Lufthansa, proprietária da Germanwings. As primeiras famílias das vítimas chegaram ao local pouco antes. Pais, avós e filhos, muitos levando flores, caminharam silenciosamente em direção às tendas brancas instaladas para acomodá-los.
Os diretores da Lufthansa e Germanwings também estavam presentes. "Estamos aqui hoje para mostrar nosso respeito às vítimas, mostrar que os apoiamos, mesmo um ano depois", declarou à imprensa Carsten Spohr, presidente da Lufthansa.
Depois da leitura do nome de cada vítima, foi observado um minuto de silêncio às 09h41 GMT (6h41 de Brasília), hora exata da queda do avião.
No mesmo momento, os moradores de Haltern am See (oeste da Alemanha) observaram um minuto de silêncio em memória dos dezesseis estudantes e dois professores de uma escola secundária da cidade que morreram na tragédia. O grupo havia viajado para a Espanha como parte de um intercâmbio escolar.
A cerimônia na França deve continuar com o discurso de parentes e canções. As famílias das vítimas também vão depositar rosas na estela erigida em Vernet, a cidade mais próxima ao desastre. Em seguida, os familiares visitarão o cemitério do povo, onde foram enterrados os restos que não puderam ser identificados, e um grupo de 80 pessoas escalará até o local da catástrofe, a 1.500 metros de altitude.
Os corpos identificados foram entregues às famílias das vítimas de 19 nacionalidades, a Alemanha e a Espanha foram os países mais afetados, com respectivamente 72 e 50 vítimas Desde quarta-feira, várias cerimônias foram acompanhadas por parentes das vítimas em Barcelona, Dusseldorf e Marselha.
O avião da companhia de baixo custo Germanwings, propriedade da Lufthansa, foi derrubado intencionalmente por seu co-piloto, o alemão Andreas Lubitz, nos Alpes franceses, perto da localidade de Vernet, acabando com a vida das 150 pessoas a bordo (144 passageiros e seis tripulantes, incluindo ele mesmo). Lubitz aproveitou a ausência temporária do piloto da cabine para se trancar nela e iniciar uma descida fatal da aeronave.
Os investigadores franceses descobriram que sofria de problemas psicológicos desde 2008, quando começou sua formação, mas seguiu pilotando. Em seu relatório final publicado há dez dias pediram o aumento dos controles médicos dos pilotos. Até o momento, não há nenhum processo aberto contra a companhia, que em julho ofereceu 25 mil euros de indenização por cada vítima, complementares aos 50 mil entregues inicialmente.