Suspeito indiciado na Bélgica pode ser terceiro homem de atentados em aeroporto

Detido na quinta-feira à noite com duas outras pessoas, Faisal C. é a primeira pessoa indiciada como parte da investigação sobre os atentados de terça-feira

AFP

Atentados no metrô e aeroporto de Bruxelas comoveram população que homenageou os 31 mortos nos ataques - Foto: LAURIE DIEFFEMBACQ / AFP

As operações para "aniquilar" a rede extremista responsável pelos ataques de Bruxelas e Paris registaram um avanço importante neste sábado, com o indiciamento pelas autoridades belgas de um suspeito que poderia ser o terceiro autor do atentado no aeroporto da capital belga. Detido na quinta-feira à noite com duas outras pessoas "em frente à porta" da procuradoria federal, cujos escritórios estão localizados no centro de Bruxelas, ao lado do Palácio da Justiça, o suspeito Faisal C. é a primeira pessoa indiciada como parte da investigação sobre os atentados de terça-feira, que fizeram 31 mortos e 300 feridos.

Ele foi acusado de assassinatos terroristas e participação em atividades de um grupo terrorista, e colocado em detenção, segundo um comunicado da procuradoria. As autoridades ainda não o identificaram como sendo "o homem de chapéu" que aparece nas imagens das câmeras de segurança do aeroporto Zaventem ao lado dos dois homens-bomba antes das explosões. Mas "é uma hipótese que está sendo trabalhada pelos investigadores", assegurou uma fonte próxima da investigação.

Este terceiro homem, que empurrava um carrinho de bagagens ao lado de Ibrahim El Bakraoui e Najim Laachraoui, todos os dois ligados aos atentados de 13 de novembro em Paris, teria abandonado uma bolsa cheia de explosivos no aeroporto antes de partir do local, segundo o procurador Frédéric Van Leeuw. A carga explosiva deixada por ele não explodiu no momento do duplo atentado suicida.

- Foto: Reprodução RTBF/InterpolUm outro suspeito não identificado é procurado pelas autoridades por aparacer, em imagens de segurança, com uma mochila perto do homem-bomba do metrô de Bruxelas, Khalid El Bakraoui, o irmão de Ibrahim.

REABERTURA DO AEROPORTO ADIADA O aeroporto Zaventem em Bruxelas, capital da Bélgica, está sendo preparado para retomar suas atividades, mas continuará fechado até a próxima terça-feira (29), informou a administração do local neste sábado.

"O Aeroporto de Bruxelas está atualmente estudando uma solução temporária para retomar parcialmente os voos de passageiros, tendo em conta as novas medidas de segurança que estão sendo aplicados nos aeroportos belgas, de acordo com o decidido pelo governo", informou a empresa que administra o aeroporto. "Voos de passageiros não serão retomados antes da terça-feira, 29 de março de 2016", informava o comunicado.

ONZE NACIONALIDADES  Para lançar luz sobre estas redes, os investigadores franco-belgas esperam muito de Salah Abdeslam. Principal suspeito dos atentados de Paris, preso na semana passada em Bruxelas depois de mais de quatro meses.

A justiça francesa pede sua extradição, à qual ele não se opõem mais, como fazia num primeiro momento.

Enquanto isso, o difícil trabalho de identificação das vítimas continua. A morte de cidadãos de ao menos onze países, incluindo dois americanos, um francês, um britânico, uma italiana e três holandeses, foi confirmadas pelas autoridades.

Os belgas, abalados pelos ataques mais mortais no reino desde 1945, reúnem-se todos os dias desde terça-feira na Place de la Bourse, no coração da capital, para demonstrar sua resistência ao terrorismo. Velas, pequenas palavras escritas a giz na calçada e flores transformaram a praça em um memorial às vítimas dos ataques.

HOMENAGENS No domingo, uma "marcha contra o medo" deve percorrer a praça depois de um novo "encontro cidadão" para, segundo os organizadores, "ressaltar a importância de 'viver juntos' e da solidariedade" e para "mostrar àqueles que querem nos vencer que permaneceremos de pé".

Neste sábado à noite, o cantor francês Johnny Hallyday visitará Bruxelas para um show simbólico. Uma estrela, a americana Mariah Carey, cancelou um show previsto para domingo na capital belga, evocando preocupações em matéria de segurança.

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