Washington, 13 - Mais de 80 famílias das vítimas fatais do voo 9525 da Germanwings entraram com uma ação contra a escola de aviação norte-americano em que o copiloto Andreas Lubitz treinou. O acidente que terminou na morte de 150 pessoas foi provocado por um ato suicida de Lubitz nos Alpes franceses, há um ano.
O processo que foi encaminhado a um tribunal em Phoenix e tem como alvo o Centro de Treinamento de Linha Aérea do Arizona, local onde Lubitz teria sido treinado. A ação alega que o instituto deve ser responsabilizado pelas perdas, já que não teve êxito em detectar os problemas médicos do piloto.
Enquanto fazia o curso preparatório da Lufthansa, que pertence ao mesmo grupo que comanda a Germanwings, Lubitz teria sido suspenso de suas atividades acadêmicas por aproximadamente dez meses para tratamento de depressão. Em 2010, após retornar à Lufhtansa com diagnóstico de que havia se curado e que não precisava de medicações, foi enviado aos EUA para reiniciar o treinamento aéreo.
A ação lembra que autoridades alemãs rejeitaram os pedidos de admissão de Lubitz em duas ocasiões devido a seu histórico de depressão. Em julho de 2009, emitiram certificado médico que incluía restrições e pedidos de invalidez caso apresentasse recaídas.
De acordo com a peça, se a escola do Arizona tivesse analisado a restrição médica ao piloto, teriam visto que ele havia sido hospitalizado com diagnóstico de depressão e tratado com medicamentos que o proibiam de voar.
Para o advogado Marc S. Moller, que representa o lado dos familiares, haviam evidências claras de que o piloto não estava qualificado para exercer a profissão. "O histórico de depressão particular de Lubitz e de instabilidade mental fez dele uma bomba-relógio suicida, sendo acionada quando sob estresse do dia-a-dia e de seu trabalho enquanto piloto", disse.
O presidente da escola, Matthias Kippenberg, e a Lufthansa não responderam aos pedidos de esclarecimento. Fonte: Associated Press.