As mulheres sauditas conquistaram o direito de guardar uma cópia do seu contrato de casamento, um privilégio que era restrito aos maridos, anunciou nesta segunda-feira o ministério da Justiça da Arábia Saudita, uma monarquia ultra-conservadora, onde as mulheres têm poucos direitos.
De acordo com uma diretiva emitida pelo ministro da Justiça, Walid al-Samaani, os religiosos que registrarem os contratos de casamento na Arábia Saudita deverão fornecer uma cópia à esposa "que lhe permita estar ciente dos seus direitos e das cláusulas contratuais".
O objetivo da decisão é "proteger os direitos das mulheres", segundo um comunicado do ministério divulgado pela agência oficial de notícias SPA.
Também leva em conta a eventual necessidade das mulheres se valerem deste documento em juízo em caso de litígio com seu marido, de acordo com o ministério.
A Arábia Saudita, uma monarquia governada por uma versão rígida do Islã, é o único país no mundo que proíbe as mulheres de dirigir.
As mulheres também devem obter a aprovação de um homem - um tutor - para trabalhar, viajar ou se casar.
O filho do rei Salman, o príncipe Mohammed, considerou em abril que cabia a sociedade saudita, e não ao governo, decidir se as mulheres poderão, no futuro, dirigir.
"Até à data, a sociedade não está convencida (...) mas nós insistimos que cabe a sociedade saudita" decidir, disse ele, argumentando que a mudança não pode ser operada pela força.
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