Cinco homens foram condenados nesta sexta-feira à prisão perpétua e outros dois a 50 anos de prisão pelos atentados de Kampala em 2010, que deixaram 76 mortos e que foram reivindicados pelos shebab somalis afiliados à Al-Qaeda.
"Eu não acredito que a pena de morte apaziguaria as vítimas e permitiria que a sociedade esquecesse a dor indelével sofrida", explicou o juiz Alfonse Owiny-Dollo do Supremo Tribunal de Kampala, lembrando que o Ministério Público havia exigido a pena de morte.
O juiz, no entanto, argumentou que os atos terroristas contra "não-combatentes, pessoas inocentes (...) são mais repugnantes e não podem ser justificados por qualquer causa".
Os sete condenados, incluindo o cérebro do grupo, foram considerados culpados na quinta-feira de terrorismo, homicídio e tentativa de homicídio.
Em 11 de julho de 2010, em plena transmissão da final da Copa do Mundo entre Holanda e Espanha, bombas explodiram destruindo um bar e um restaurante na capital de Uganda, causando 76 mortes.
O duplo atentado foi a primeira ação de envergadura dos extremistas shebab fora das fronteiras da Somália. O ataque foi perpetrado em retaliação ao envio de tropas de Uganda em 2007 à força da União Africana na Somália (Amisom).
Os 13 réus - sete quenianos, cinco ugandeses e um tanzaniano - foram acusados de terrorismo, homicídio e participação em uma organização terrorista. Todos eles alegam inocência.
O julgamento tinha sido adiado após o assassinato, em março de 2015, do procurador-geral Joan Kabezi, morto a tiros por homens em uma motocicleta, enquanto voltava para casa de carro com seus três filhos.
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