O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, advertiu a Alemanha nesta terça-feira que as relações com seu país serão afetadas se o Parlamento alemão adotar uma resolução que reconheceria o genocídio armênio pelas forças otomanas.
Erdogan telefonou nesta terça-feira para a chanceler alemã, Angela Merkel, a dois dias da votação no Bundestag da resolução sobre o genocídio armênio, negado pelo governo turco.
Erdogan indicou à imprensa em Esmirna (oeste), antes de viajar à África, que expressou suas preocupações a Merkel durante a conversa.
"Se o texto for aprovado e a Alemanha cair nesta armadilha (...) isso pode deteriorar todas as nossas relações com a Alemanha, onde vivem três milhões de turcos e que é nossa aliada na Otan", ressaltou.
Acrescentou que "para a Turquia este texto não tem nada de vinculante, segundo o direito internacional".
Esta resolução, batizada de "Memória e recordação do genocídio dos armênios e de outras minorias cristãs há 101 anos" foi apresentada pelos grupos parlamentares da maioria, composta pelos conservadores da CDU/CSU e do SPD, assim como pelo opositor partido dos Verdes, e tem todas as possibilidades de ser adotada na quinta-feira.
Os armênios consideram que 1,5 milhão dos seus foram assassinados de maneira sistemática ao fim do Império Otomano.
Muitos historiadores e mais de 20 países, incluindo França, Itália e Rússia, reconheceram o genocídio dos armênios.
A Turquia afirma, por sua vez, que se tratou de uma guerra civil, ao que se somou a fome, na qual morreram de 300.000 a 500.000 armênios e outros tantos turcos quando as forças otomanas a a Rússia disputavam o controle de Anatolia.