O Papa Francisco defendeu nesta sexta-feira as vítimas do tráfico de seres humanos, em uma declaração que qualifica a prática como "crime contra a humanidade", diante de centenas de magistrados - de diferentes países - reunidos no Vaticano.
O tráfico de pessoas afeta 40 milhões de homens, mulheres e crianças em todo o mundo.
"Estes são verdadeiros crimes contra a humanidade, que devem ser reconhecidos como tal por todos os líderes religiosos, políticos e sociais, com base nas leis nacionais e internacionais", disse Francisco.
A reunião foi organizada pela Academia de Ciências Sociais da Santa Sé, dirigida pelo bispo argentino Marcelo Sánchez Sorondo.
Francisco considera o trabalho forçado, a prostituição, o comércio de órgãos e o tráfico de drogas como os grandes flagelos do século XXI.
"É imperativo gerar um movimento transversal e ondular, uma onda positiva, que abrace toda a sociedade, de cima para baixo e vice-versa, da periferia para o centro e ao contrário, dos líderes para as comunidades e dos povos e da opinião pública para os mais altos estratos dirigentes", declarou Francisco.
Segundo a declaração final, que será adotada no sábado, o tráfico de seres humanos, o trabalho forçado, a prostituição, o tráfico de órgãos e o crime organizado devem ser reconhecidos como crimes contra a humanidade.
"Peço aos juízes que realizem sua vocação e sua missão essencial de estabelecer a justiça, sem a qual não há ordem, desenvolvimento sustentável e integral ou paz social", afirmou Francisco.