Um eritreu suspeito de ser o chefe de uma das maiores redes de atravessadores de migrantes foi preso no Sudão e extraditado para a Itália, informaram nesta quarta-feira as autoridades italianas.
Sua prisão é "um ponto de virada na luta contra o tráfico de seres humanos", comemorou o procurador de Palermo (Sicília) Francesco Lo Voiu, encarregado da investigação.
A Itália já prendeu centenas de migrantes suspeitos de cumplicidade com as redes de atravessadores e julgou dezenas deles, mas esta é a primeira vez que um líder do tráfico de seres humanos é preso na África e extraditado.
Medhanie Yehdego Mered, de 35 anos, procurado desde 2015 por tráfico de seres humanos, foi preso no final de maio em Cartum e extraditado para a Itália na segunda-feira à noite.
A polícia divulgou um vídeo do pouso do avião, em que é possível ver um homem relativamente pequeno vestindo uma camisa vermelha.
De acordo com uma declaração conjunta do ministério sudanês do Interior e das embaixadas da Itália e do Reino Unido em Cartum, ele é suspeito de ser o líder de "uma das quatro maiores organizações criminosas de tráfico de migrantes".
De acordo com escutas, ele era apelidado de "General" por causa do controle que exercia sobre uma vasta zona.
Os investigadores suspeitam que ele organizou a partir de 2013 as viagens, muitas vezes fatais para a Europa, de centenas de pessoas por mês, na maioria homens jovens da Etiópia, Eritreia, Somália e Sudão, através do Saara e do Mediterrâneo.
Sua rede é especificamente acusada de organizar a partida de um barco que pegou fogo e afundou em outubro de 2013 ao largo da ilha italiana de Lampedusa, deixando mais de 356 mortos. ide/fcc/lrb/phv/mr