Brasília – O técnico em tomografia computadorizada Ethan Marc Hanna, 45 anos, costuma frequentar a boate Pulse, famosa entre o público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), em Orlando (Flórida).
Sitora Ali Yusufi, ex-mulher de Mateen, admitiu que ele pode ter escondido a própria orientação sexual.
A mulher afirmou aos policiais norte-americanos não acreditar que o ex-marido tenha qualquer tipo de ligação com organizações terroristas. As afirmações de Sitora Yusifiy foram feitas ao SBT, que transmitiu entrevista com ela na noite de segunda-feira. O brasileiro Márcio Dias, noivo de Sitora e com quem ela agora mora, contou que a companheira lhe disse que Mateen “tinha tendências homossexuais” e que o pai do autor do massacre em Orlando por várias vezes chamou o filho de “gay”. Mário acrescentou que Sitora informou isso aos agentes do FBI aos quais prestou depoimento e que os policiais pediram a ela que não revelasse essas informações para mídia norte-americana.
Frequência Ty Smith, cliente assíduo da Pulse, declarou ao jornal Orlando Sentinel ter se deparado com o criminoso dentro da boate por cerca de 10 vezes. “Algumas vezes, ele ficava no canto, bebendo. Outras vezes, ficava tão bêbado que se tornava barulhento e beligerante”, afirmou. “Quando você é gay e nasce num lar homofóbico, em algum momento você começará uma jornada rumo à supressão ou à honestidade. Este homem pode não ter se afastado da cena gay pelo fato de ser quem ele era. Ele escolheu ficar à ‘margem’ de nossa família e continuou sendo desonesto com a família em que nasceu”, aposta Ethan. Vários clientes da Pulse admitiram, no Facebook, que o semblante de Mateen era “muito familiar”.
Até o fechamento desta edição, as autoridades norte-americanas privilegiavam a tese de que Mateen era um “lobo solitário”, inspirado por motivações jihadistas e radicalizado na internet. A situação de Noor Zahi Salman, 27 anos, viúva de Mateen, pode se complicar nas próximas horas.
Ex-agente do FBI especializado em traçar o perfil de criminosos, Clint Van Zandt explicou ao Estado de Minas que Omar Mateen era motivado por temas ligados à saúde mental. “A ex-mulher disse que ele era bipolar. Também carregava estrita interpretação da religião, decorando versos contrários à homossexualidade”, comentou. “Provavelmente, era um homossexual que não saiu do armário, com um conflito em torna da identidade sexual. Expressava ódio dos negros, dos gays, dos judeus e de algumas mulheres. Espancava a ex-esposa e tinha dificuldades nos relacionamentos sociais”, acrescentou.
Para o contador John Eden, 26, sobrevivente da Pulse, Mateen provavelmente acessava aplicativos de namoro gay para conhecer os alvos do ataque. “Eu não creio que ele era gay. Acho que é uma mentira para fazê-lo parecer um homossexual que nos atacou e para minimizar o fato de ser um muçulmano”, disse à reportagem. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, viajará amanhã a Orlando para visitar sobreviventes e apresentar suas condolências.
Um sobrevivente do ataque em Orlando deu um depoimento emocionado à imprensa, durante coletiva no hospital. Angel Colon, 26, contou que se fingiu de morto para não ser atingido pelo fuzil AR-15 de Mateen. “Eu estava pronto para apenas ficar deitado no chão para que ele não percebesse que eu estava vivo”, disse. Foi baleado na perna, pisoteado pelas pessoas e arrastado por um policial em meio a sangue e estilhaços.
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