Um leilão com arquivos e objetos do marquês de Sade não teve o sucesso esperado pelos organizadores nesta quarta-feira, e algumas das peças chegaram a ser retiradas do lote à venda diante do pouco entusiasmo de possíveis compradores.
Com valor estimado entre 40.000 e 50.000 euros, o sofá do divino marquês não encontrou comprador.
Considerados a principal oferta do leilão, os manuscritos de seis peças de teatro do autor de "Justine" também encalharam.
"Le boudoir ou le mari crédule" e "L'égarement de l'infortune" - escritas em 1783 e 1781, respectivamente, e apreendidas pela Polícia quando o autor estava preso no presídio de Vincennes - estavam avaliadas entre 30.000 e 40.000 euros.
Obras em três atos e em prosa, "Franchise et trahison", uma das últimas peças escritas pelo autor - desta vez, em 1807, quando estava preso em Charenton - tinha seu preço inicial estimado entre 40.000 e 50.000 euros e também não atraiu comprador.
Organizada em Paris pela Tessier-Sarrou, a venda acumulou apenas 296.190 euros, incluindo-se os custos.
Cerca de 100 peças dos arquivos oferecidos neste leilão foram, em sua maioria, salvas das chamas após a morte de Sade em 2 de dezembro de 1814.
Os objetos e manuscritos foram colocados em um cofre, que foi escondido por seus familiares e descoberto por descendentes apenas depois da Segunda Guerra Mundial.
Sade (1740-1814) passou quase 30 anos de sua vida preso.
Sua polêmica obra foi proibida durante todo o século XIX e começou a ser publicada com certa liberdade - apesar da censura - apenas em meados do século XX pelo editor Jean-Jacques Pauvert. Finalmente, Sade foi publicado em 1990 na prestigiosa coleção francesa da Pléiade pela editora Gallimard.
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