Cairo, 18/06/2016 - Dois repórteres da emissora de televisão Al-Jazeera, a maior rede de TV do mundo árabe, foram condenados à morte no Egito, por supostamente vazar documentos confidenciais sobre a segurança nacional egípcia ao Catar e à própria Al-Jazeera.
Os funcionários - o produtor de notícias Alaa Omar Mohammed e o editor Ibrahim Mohammed Hilal - foram julgados à revelia, assim como Asmaa al-Khateib, que trabalhava para o conglomerado midiático Rasd, de fortes ligações com o grupo Irmandade Muçulmana. O grupo foi declarado terrorista após a deposição do ex-presidente egípcio, Mohammed Morsi.
O vazamento teria ocorrido durante o governo de Morsi, que foi julgado e condenado a 25 anos de prisão. Dois funcionários de confiança de Morsi receberam a mesma condenação. O ex-presidente e sua filha, Karima, também foram condenados a 15 anos de prisão por crimes menores.
Morsi foi deposto pelas forças militares egípcias em julho de 2013 e já havia sido condenado à pena de morte em outra ocasião. A defesa de Morsi recorreu da sentença de morte e de outras duas condenações.
As relações entre Egito e Catar têm se tornado cada vez mais tensas desde a deposição de Morsi, que contava com o apoio das autoridades cataris. O atual governo egípcio, liderado pelo presidente Abdel Fattah Al Sisi, afirma que a cobertura da Al-Jazeera no país e em outras localidades no Oriente Médio é enviesada em favor de grupos islâmicos.
No ano passado, Al Sisi perdoou dois jornalistas da Al-Jazeera English, que estavam presos desde dezembro de 2013. Eles haviam sido condenados a 3 anos de prisão por veicular o que o tribunal considerou "notícias falsas". A condenação dos jornalistas atraiu ampla reprovação internacional. Fonte: Dow Jones Newswires.