Milhares de pessoas foram às ruas, neste sábado (18), celebrar a Parada do Orgulho Gay em vários países europeus, uma homenagem às 49 vítimas do massacre na cidade de Orlando, nos EUA, no domingo passado (12).
A comunidade LGBT reuniu uma multidão na Áustria, na Itália, em Portugal, na Bulgária e na Lituânia.
O maior desfile foi em Viena, onde a marcha do arco-íris reuniu mais de 100.000 pessoas - segundo os organizadores.
Os participantes fizeram um minuto de silêncio durante a festa, que acontece todos os anos em clima de alegria.
À frente da Parada, um cortejo de pessoas vestidas de preto arrastava um carro inexistente, a "carroça-fantasma", que representou "as lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros e pessoas intersexuais, que perderam sua vida em Orlando", explicaram os organizadores.
Para Lui Fidelsberger, codiretor da organização Iniciativa Homossexual, a entidade gay mais antiga da Áustria, sair às ruas é a melhor resposta ao medo.
"É muito importante que não nos deixemos assustar, ou intimidar", disse Fidelsberger, acrescentando que "a resposta deve ser mais visibilidade e orgulho".
"Tudo isso, apesar da grande tristeza", reconheceu.
Depois do atentado de Orlando, as medidas de segurança foram reforçadas, com centenas de agentes mobilizados para acompanhar o evento, informou à AFP o porta-voz da Polícia, Roman Hahslinger.
Vamos sobreviver!
Na Itália, milhares de pessoas participaram da Parada do Orgulho Gay em Florença, Gênova, Treviso, Varese e Palermo. A celebração em Roma aconteceu em 11 de junho, pouco antes do tiroteio na boate gay Pulse, em Orlando. A expectativa é que a maior festa aconteça em Milão, em 25 de junho.
Em Gênova, o primeiro carro do desfile portava uma bandeira do arco-íris com uma faixa preta e com a mensagem "We are Orlando" ("Nós somos Orlando").
Em Palermo, fez-se um minuto de silêncio em memória das vítimas. O coordenador da Parada, Massimo Milani, desfilou com um vestido de noiva branco manchado de sangue, mas com o lema "We will survive!" ("Vamos sobreviver!").
Na cidade siciliana, os organizadores escolheram "Migrar é humano" como lema da marcha, em apoio aos milhares de imigrantes que chegam à ilha todo mês. Muitos deles são obrigados a fugir de seus países devido à sua orientação sexual.
Em Lisboa, uma cartaz preto com fotos das vítimas abriu a Marcha.
"O [atentado] de Orlando prova que a comunidade LGBT é vítima da violência e da discriminação. A primeira reação automática é o medo, mas depois vêm a unidade e o desejo de combater o ódio", defendeu Ana Aresta, uma das organizadoras.
Em Vilnius, na Lituânia, cerca de 2.000 pessoas se reuniram, enquanto em Sófia, capital búlgara, 1.000 manifestantes ficaram um minuto em silêncio, agitando bandeirinhas com a mensagem #WeAreOrlando.
Em Metz, na França, pelo menos 2.000 pessoas, segundo a Polícia, participaram da Parada, que teve como lema "Solidariedade com Orlando".