As pesquisas de opinião nas últimas semanas previam, por unanimidade, que a nova votação também vai deixar de entregar votos suficientes a qualquer partido para tomar o poder sozinho.
Pesquisas são proibidas na última semana de campanha, mas as mais recentes mostraram que o conservador Partido Popular ganharia mais votos, mas voltaria a ficar aquém da maioria parlamentar que teve de 2011 a 2015. O líder do partido, Mariano Rajoy, espera ser reeleito como primeiro-ministro.
De acordo com a Constituição espanhola, um governo deve ganhar um voto de confiança no Parlamento, com mais de 50% dos possíveis 350 votos antes de tomar posse. Se essa meta não for atingida, há uma segunda votação 48 horas depois, e o partido deve obter 50% dos votos válidos, que não contam as abstenções - isso permite que os membros que se abstiverem negociem concessões com o governo eleito.
Uma nova rodada de negociações políticas pode ser complicada pelo crescimento de uma nova aliança de extrema-esquerda chamado Unidos Podemos. Esse grupo, que inclui radicais de esquerda, comunistas e verdes, estava em segundo lugar nas pesquisas. Isso levaria o Partido Socialista, de centro-esquerda moderada e que tradicionalmente se reveza no poder com o Partido Popular, para o terceiro lugar e o Partido Cidadãos para a quarta posição.
A eleição na Espanha vem quatro dias após o Reino Unido votar em um referendo para sair da União Europeia. Antonio Barroso, analista baseado em Londres com a consultoria de risco político Teneo Intelligence, disse ser "provável" que a decisão tenha muita influência sobre a eleição espanhola.
As urnas abriram às 4h e estão programas para fechar às 15h (horário de Brasília) para cerca de 36,5 milhões de eleitores do país. Sondagens com projeções do resultado devem ser divulgadas minutos depois do fim da votação, e a maioria dos votos deverão ser contados até as 18h.
Juntamente com a tensão sobre a Catalunha, o debate político espanhol tem sido dominado por uma taxa de desemprego que tem se mantido acima dos 20% nos últimos sete anos, e é a segunda mais elevada da União Europeia, depois da Grécia.