O ambiente em torno da monarquia mais antiga do mundo - a casa imperial japonesa - foi agitado nesta quinta-feira com informações da mídia local de que o imperador Akihito pretende abdicar, versão desmentida oficialmente.
A monarquia japonesa, de 2.600 anos, não registrou qualquer abdicação nos últimos 200 anos, e a casa imperial simboliza para o Japão estabilidade e continuidade.
A respeitada rede estatal de televisão NHK informou na quarta-feira que Akihito, de 82 anos, disse a assessores que sua posição deveria ser ocupada por alguém mais capacitado no momento.
A lei japonesa não prevê a abdicação, e seria necessário modificá-la para atender o eventual desejo do imperador.
A agência Kyodo News deu a mesma informação, citando um funcionário do governo.
Segundo a NHK, tanto o príncipe Naruhito, filho mais velho do imperador, como sua esposa, a imperatriz Michiko, apoiam a decisão do monarca, que abdicaria em breve.
Vários observadores destacam que uma informação como esta só é publicada quando tem uma base sólida.
"Isto não é certo", disse o encarregado da agência de informação que representa a casa imperial.
Segundo a Kyodo, o governo já criou uma comissão especial, no mês passado, sob estrito segredo, para elaborar um plano de transição envolvendo a abdicação de Akihito, que deve estar pronto para o 83º aniversário do imperador.
O papel de Akihito, puramente simbólico, está definido na Constituição que os Estados Unidos impuseram ao Japão em 1947, após a II Guerra Mundial.
O imperador é considerado "um símbolo do Estado e da unidade do povo japonês" para evitar o retorno ao militarismo da época de seu pai, Hirohito, que reinou durante a expansão imperial do Japão no século XX e foi tratado como um Deus até a derrota japonesa, em 1945.