Jornal Estado de Minas

Policial negro está entre as vítimas do atirador em Louisiana, nos EUA

Matthew Gerald, morto no domingo, era um veterano do Exército que foi chefe da tripulação de um helicóptero que realizou várias missões no Iraque - Foto: AFP PHOTO / Baton Rouge Police Department
Identificados os três policiais mortos nesse domingo em um tiroteio na cidade de Baton Rouge, no estado da Louisiana, onde o assassinato de um jovem negro pela polícia no começo do mês gerou indignação e protestos. Outros três policiais ficaram feridos. O autor é um ex-marine americano veterano do Iraque que foi morto pela polícia. O presidente Barack Obama condenou o "ato covarde" e exigiu o fim dos ataques contra agentes da lei.

Montrell Jackson, de 32 anos, é um dos oficiais assassinados. Policial negro e veterano de dez anos no departamento de Polícia da cidade. Era casado e tinha um filho de quatro meses.


Em 8 de julho, no dia seguintes aos ataques contra os policiais em Dallas, nos quais um afro-americano matou cinco agentes e deixou vários feridos, Jackson escreveu no Facebook que os eventos o haviam deixado esgotado física e emocionalmente.

"Juro por Deus que amo esta cidade, mas gostaria de saber se esta cidade me ama", escreveu Jackson. "Com uniforme recebo desagradáveis olhares de ódio e, sem uniforme, algumas pessoas me consideram uma ameaça... Por favor, não deixem que o ódio infecte seu coração.
Esta cidade DEVE SER e SERÁ melhor".

Brad Garafola estava se preparando para sair de férias na segunda-feira - Foto: AFP
Jackson sofreu lesões e recebeu tratamento por inalação de fumaça em 2007, depois que entrou em um prédio em chamas em uma tentativa fracassada de salvar um menino pequeno, segundo jornal local The Advocate.

O outro policial morto é Brad Garafola. Ele era agente do escritório do xerife do distrito de East Baton Rouge. Trabalhou no turno da noite e estava se preparando para sair de férias na segunda-feira. Com 45 anos, tinha quatro filhos, dois homens e duas mulheres, entre 7 e 21 anos. "Era um grande sujeito. Não apenas um grande defensor da lei, era um grande marido e um grande pai", declarou a esposa Tonja Garafola a The Advocate. "Não merecia isso.
Ele sempre ajudava a todos".

Matthew Gerald também foi vítima do atirador. Era um veterano do Exército que foi chefe da tripulação de um helicóptero que realizou várias missões no Iraque. Com 41 anos, entrou para o departamento de Polícia da cidade em outubro passado. "Ele era um homem bom", declarou sua vizinha Stephanie Morgan, que o conhecia desde 2009. "Você não vai encontrar ninguém melhor".

Manifestações crescentes A onda de tensão racial nos EUA cresceu neste mês, associada à violência policial, depois que um homem negro foi baleado por um policial numa blitz realizada realizada em Falcon Heights, em Minessota. A agressão foi filmada pela namorada da vítima, que era funcionário de um refeitório escolar, Philando Castile, e transmitida ao vivo pelo Facebook. No dia seguinte, cinco policiais morreram assassinados por um franco-atirador que abriu fogo contra eles durante manifestação contra a violência da polícia em Dallas, no estado do Texas. Morto, o atirador foi identificado como sendo Micah Johnson, de 25 anos.

Os protestos cresceram na semana passada, quando centenas de pessoas saíram às ruas nas principais cidades do país, pela quinta vez.
Só em Atlanta, na Geórgia, 16 manifestantes foram detidos. Em Baton Rouge, um homem negro, identificado como Alton Sterling, de 37 anos, foi morto por um policial que teria atirado nele quatro vezes à queima-roupa. (Com AFP).