O número dois do chavismo, deputado Diosdado Cabello, excluiu o grupo midiático News Corp de sua ação por difamação na Justiça federal americana contra The Wall Street Journal (WSJ) por uma matéria segundo a qual o político venezuelano é investigado por narcotráfico.
Cabello manteve sua denúncia contra o Dow Jones, dono do WSJ, que é, por sua vez, propriedade indireta da News Corp, de acordo com o texto apresentado segunda-feira (18) a um tribunal de Nova York.
No curto texto de duas páginas, afirma-se que a demanda contra a News Corp fica "arquivada", segundo o "acordado" entre defesa e acusação. O texto não menciona os termos do acordo e deixa a porta aberta para novas ações judiciais por parte de Cabello contra a News Corps.
O advogado de Cabello, Gary Redish, confirmou para a AFP que a ação contra o Dow Jones está mantida.
A assessora de comunicação do Dow Jones Colleen Schwartz disse à AFP que a empresa "continuará defendendo o Wall Street Journal de maneira vigorosa contra essa demanda".
A pedido das partes, o juiz John Koeltl adiou para 7 de setembro uma audiência preliminar prevista para 1º de agosto.
Em sua ação, Diosdado Cabello alega que uma matéria do WSJ de 18 de maio de 2015, afirmando que o político venezuelano estava sendo investigado por tráfico de drogas, "causou e continua causando enorme dano" à sua "reputação e bom nome".
"A matéria contém alegações falsas e difamatórias de que o querelante está envolvido em atividades criminosas vinculadas ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro", diz a ação, que menciona "danos econômicos substanciais" e pede uma indenização não especificada.
Na matéria, o WSJ garante que o Ministério Público federal americano investigava várias autoridades de alto escalão da Venezuela, incluindo Cabello, por "ter transformado o país em um centro global de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro".