A Rússia confirmou, na terça-feira, 21 casos de antraz, incluindo um óbito, depois de uma onda de calor incomum atingir o extremo norte do país, derretendo o solo e liberando esporos potencialmente letais.
"Infelizmente, 20 pessoas tiveram seu diagnóstico de antraz confirmado", disse um porta-voz das autoridades da região de Yamalo-Nenetsky à agência de notícias RIA Novosti.
Além desses casos, um menino de 12 anos que contraiu antraz morreu no hospital na segunda-feira.
O número de pessoas hospitalizadas por suspeita de infecção subiu para 90, das quais 45 são crianças, disseram as autoridades regionais.
É o primeiro surto de antraz desde 1941 na região, que fica cerca de 2.000 km ao nordeste de Moscou.
O surto chegou após um mês de altas temperaturas, de até 35 graus Celsius, que derreteram camadas superiores do permafrost, ou solo permanentemente congelado, e provocou incêndios florestais.
"Os esporos de antraz estavam à espera no permafrost por mais de um século", disse a agência de vigilância agrícola.
O antraz é uma doença infecciosa aguda transmitida pela bactéria Bacillusanthracis, que se prolifera na corrente sanguínea, liberando poderosas toxinas.
Os esporos existem naturalmente no solo e com frequência infectam animais que os ingerem ou inalam ao pastar.
Os seres humanos podem ser infectados pelo contato com os esporos através da respiração, da ingestão de alimentos contaminados ou através de cortes na pele, por exemplo, ao lidar com animais doentes.
As autoridades pediram calma, afirmando que "não há epidemia" e que a área infectada foi isolada.
Ao menos 160 pastores nômades foram evacuados da zona contaminada, onde mais de 2.300 renas morreram.
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