Jornal Estado de Minas

Forças governamentais líbias na última fase de sua ofensiva em Sirte

As forças governamentais líbias protagonizaram uma importante vitória em Sirte, tomando o controle do centro de comando do grupo Estado Islâmico (EI) desta cidade costeira, na qual muitos bairros seguiam nas mãos dos extremistas nesta quinta-feira.

Quase três meses depois do início de uma ofensiva para retomar Sirte, que em junho de 2015 se converteu em reduto do EI na Líbia, as forças do governo de unidade nacional (GNA) se apoderaram na quarta-feira do Centro de Conferências Uagadugu, um complexo que abrigava o quartel-general do EI.

"A batalha de Sirte chegou a sua última fase, após a ofensiva bem-sucedida dirigida por nossos heróis", declarou o general Mohamad al-Ghasri, porta-voz da forças do GNA, citado nesta quinta-feira pela agência de notícias Lana.

O porta-voz indicou que as forças do GNA também tomaram o controle do "hospital Ibn Sina, do campus (...) da universidade de Sirte, de edifícios do banco al Wahda e do Banco Nacional de Comércio" na quarta-feira.

Várias redes de televisão líbias divulgaram imagens de soldados nas zonas "liberadas" na quarta-feira, principalmente do Centro Uagadugu, onde posavam para os fotógrafos, carregando a bandeira líbia e fazendo o sinal da vitória.

"Ao menos 20 cadáveres do lado do Daesh (acrônimo em árabe do EI) foram encontrados após os combates de hoje" na Universidade, indicou na noite de quarta-feira o centro de imprensa do GNA.

EI ainda controla alguns setores

O balanço de perdas nas fileiras das forças do GNA chega a 16 mortos nos combates de quarta-feira, segundo a mesma fonte.

Além disso, "93 feridos ingressaram na quarta-feira no hospital de Misrata (...), alguns em estado grave", disse esta mesma fonte. Em Misrata, 200 km a oeste de Sirte, encontra-se o centro de comando da ofensiva.

Mais de 300 combatentes pró-governamentais morreram desde o início da ofensiva, em 12 de maio.

O porta-voz do centro de imprensa Reda Issa indicou à AFP na noite de quarta-feira que os extremistas ainda conservavam em Sirte "os bairros residenciais 1, 2 e 3, assim como um complexo de vilas" próximo ao mar.

"Não será anunciada a libertação (de Sirte) até que toda a cidade fique liberada", acrescentou.

As forças do GNA entraram no dia 9 de junho em Sirte (450 km a leste de Trípoli), mas sua ofensiva perdeu fôlego pelos contra-ataques do grupo EI, que recorreu, sobretudo, a atentados suicidas.

O GNA anunciou no domingo o início da contagem regressiva para lançar o ataque final ao reduto do EI.

Ajuda estrangeira

Desde 1º de agosto, o GNA conta com a ajuda da força aérea dos Estados Unidos, que também combate os extremistas em Síria e Iraque. Segundo o centro de comando americano na África, foram realizados 29 bombardeios em Sirte até terça-feira.

Fontes americanas citadas pelo Washington Post afirmaram que comandos das forças especiais americanas estavam prestando apoio pela primeira vez, em cooperação com funcionários britânicos, ao governo líbio em Sirte.

No mês passado, três militares franceses morreram em um acidente de helicóptero na Líbia quando realizavam uma missão de inteligência, o que confirmou a presença de soldados franceses no país.

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