Ernst Nolte, um dos mais célebres e controvertidos historiadores da Alemanha, que tentou demonstrar a interdependência entre o comunismo, o fascismo e o nazismo, morreu nesta quinta-feira, aos 93 anos, anunciou a família.
Nolte iniciou nos anos 80 a famosa "guerra dos historiadores" alemães ao publicar um artigo, "Um passado que não quer passar", no jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Sua tese, segundo a qual o nacional-socialismo seria uma reação à "ameaça existencial" da revolução russa e seus crimes em massa, provocou indignação de alguns especialistas, incluindo o filósofo Jürgen Habermas, e marcou o início de uma longa polêmica a respeito.
O vínculo causal que Nolte estabeleceu entre o Gulag e Auschwitz valeu a ele críticas acusando-o de minimizar os crimes nazistas e suspeitas de revisionismo, das quais sempre se defendeu.
Nascido em Witten (oeste), Ernst Nolte ensinou durante anos na Universidade Livre de Berlim.
Entre suas obras mais destacadas, figura "O fascismo em sua época", uma análise da natureza do fascismo graças à qual ficou conhecido nos anos 60, e "A guerra civil europeia, 1917-1945. Nacional-socialismo e bolchevismo", lançado no final dos anos 80.