Militares venezuelanos detiveram nesta quinta-feira os correspondentes Andreína Flores, das emissoras RCN da Colômbia e da Radio France, e Jorge Pérez Valery, do conglomerado Red Más Colombia, quando trabalhavam perto do palácio presidencial, denunciaram os comunicadores e organismos sindicais.
"Primeiro nos detiveram em El Calvario. Depois nos levaram ao posto da GNB (Guarda Nacional Bolivariana). E agora estamos em Fuerte Tiuna", principal complexo militar em Caracas, escreveu Pérez Valery em sua conta do Twitter.
Os jornalistas, ambos venezuelanos, foram trasladados pela Direção de Inteligência Militar até as instalações do Ministério da Defesa, localizadas dentro de Fuerte Tiuna, informou o Sindicato Nacional de Trabalhadores de Imprensa (SNTP) em um comunicado.
Segundo a organização sindical, os repórteres foram detidos "por supostamente estar gravando em um 'corredor presidencial'", na área de El Calvario, perto do Palácio de Miraflores.
O SNTP "exige a imediata liberação desses trabalhadores de imprensa e responsabiliza o Ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, e o Major Antonio Benavides Torres, comandante da Guarda Nacional Bolivariana, pelo o que possa acontecer com nossos companheiros", acrescentou a nota.
O defensor público, Tarek William Saab, escreveu em sua conta do Twitter que uma delegação iria a Fuerte Tiuna para "verificar a situação legal" dos jornalistas.
A ONG Espaço Público registrou no ano passado 286 violações à liberdade de expressão, geradas principalmente por intimidação, agressão verbal e censura, aponta seu relatório anual.
A organização Repórteres Sem Fronteiras situou a Venezuela no posto 137 de 180 em sua classificação mundial da liberdade de imprensa para 2015, duas posições abaixo do ano anterior.