A ilha de Ventotene, frente ao litoral italiano, escolhido por Matteo Renzi para uma reunião pós-Brexit com Angela Merkel e François Hollande, serviu de prisão para um dos pais fundadores da Europa.
Entre 1941 e 1943, o regime fascista utilizou a ilha como local de exílio poara os opositores políticos, em sua maioria comunistas.
Ao longo de dois anos, dois mil detentos se sucederam nas celas da prisão de Santo Stefano de Ventotene, chamada de "a ilha do confinamento".
Entre eles estava Altiero Spinelli, jornalista e militante comunista condenado em 1927 a 16 anos de reclusão por seus textos críticos à chegada de Benito Mussolini ao poder. Trasladado para a ilha em 1941, durante sua detenção, redigiu em segredo o "Manifesto de Ventotene", considerado pelos historiadores um dos textos fundadores do federalismo europeu.
Escrito em folhas de papel de cigarro e escondido numa caixa com fundo duplo, o documento, cujo título completo é "Por uma Europa livre e unida. Projeto de manifesto", passou clandestinamente ao continente e foi difundido por baixo dos panos desde 1943.
Hoje, a prisão parcialmente destruída de Ventotene ameaça desabar.
Matteo Renzi anunciou em fevereiro um investimento público de 80 milhões de euros para restaurá-la e convertê-la em um local de cultura e formação para os jovens europeus.
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