Os presidentes do Brasil, Michel Temer, e da Argentina, Mauricio Macri, pediram nesta segunda-feira que a Colômbia dê as condições para conseguir a instrumentação do acordo de paz, rejeitado no domingo em um plebiscito, indicaram em Buenos Aires.
"Acreditamos que a Colômbia com certeza continuará buscando as vias para essa paz que é importante não só para os colombianos como para a região e a América Latina inteira", disse Macri em uma coletiva de imprensa conjunta com Temer na residência de Olivos, em Buenos Aires.
Os presidentes tiveram uma breve reunião em que traçaram alinhamentos para fortalecer o bloco regional Mercosul, sobretudo em termos comerciais, e também voltaram a abordar a crise na Venezuela e a surpreendente rejeição ao acordo de paz em um plebiscito na Colômbia.
Macri indicou que é fundamental que se alcance esse acordo entre os colombianos. "Defendemos que continue o cessar do conflito, o cessar-fogo, para que realmente haja um espaço no conflito em que se possa realmente encontrar alternativas", acrescentou.
Temer destacou que foi um resultado muito disputado, com uma alta abstenção e concordou com seu homólogo argentino que o resultado da consulta de domingo não pode deixe retroceder os esforços até a paz na Colômbia.
Macri apontou que a pouca diferença entre o "Não" e o "Sim" "mostra que há muita gente que acredita na via de um acordo e com certeza muitos dos que votaram contra devem querer o mesmo, mas com outro tipo de acordo, e assim esperamos que deem as condições para que as negociações continuem".
Mauricio Macri foi um dos presidentes que viajou na semana passada para Cartagena para apoiar a assinatura do histórico acordo de paz entre o governo da Colômbia e a guerrilha Farc para pôr fim a 52 anos de conflito armado.
A chanceler argentina, Susana Malcorra, em uma declaração separada, disse que a "Argentina acompanhará os colombianos" e que a rejeição ao acordo "não significa o retorno do conflito".
A chefe da diplomacia argentina destacou que "a paz se constrói dia a dia".
"Incerteza total", "limbo jurídico", "salto no nada", foram as frases mais repetidas por analistas após a vitória do "Não" (com 50,21% dos votos) nas urnas, no domingo, ao acordo negociado pelo governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas) por quase quatro anos em Cuba.
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