Jornal Estado de Minas

Surpresa e apoio à Colômbia após rejeição de acordo de paz com as Farc

Os parceiros da Colômbia expressaram nesta segunda-feira sua decepção pela inesperada vitória do "Não" ao acordo entre o governo de Juan Manuel Santos e a guerrilha Farc no referendo de domingo, e ofereceram seu apoio para continuar com o processo de paz.

- Estados Unidos:

"Apoiamos a proposta do presidente Santos para a unidade de esforços em apoio a um diálogo amplo como o próximo passo para alcançar uma paz justa e duradoura", disse o Departamento de Estado em um comunicado, depois que Santos convocou uma reunião com todas as forças políticas.

- ONU:

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reconheceu que esperava que o resultado fosse "diferente", mas se declarou "confortado pelo compromisso expressado pelo presidente Juan Manuel Santos e Timoleón Jiménez".

- Brasil e Argentina:

Em um gesto de otimismo, os presidentes Michel Temer e Mauricio Macri se mostraram esperançosos que Colômbia continue buscando vias para essa paz.

Em coletiva de imprensa conjunta em Buenos Aires, Macri assinalou que a apertada diferença entre o "Sim" e o "Não" "mostra que há muita gente que acredita na via de um acordo".

Temer destacou que se tratou de um resultado muito apertado, com uma alta abstenção e concordou com seu homólogo argentino que o resultado da consulta de domingo não pode deixar retroceder os esforços até a paz na Colômbia.

- Noruega:

A Noruega, país garantidor das negociações de paz junto com Cuba, se declarou "muito decepcionada" e insistiu que os "52 anos de conflito armado na Colômbia deveriam terminar".

"Mesmo que uma pequena minoria, a menor possível, diga 'não' é claro que isso deve ser levado em conta e devemos trabalhar (...) para ver se existem soluções para salvar a paz", disse o chefe da diplomacia norueguesa, Børge Brende.

- União Europeia:

"A UE respeita a escolha soberana do povo colombiano", e pediu "a todas as partes na Colômbia que se unam e busquem o caminho para levar o país até a paz", nas palavras da chefe da diplomacia do bloco, Federica Mogherini.

- Unasul:

O secretário-geral da Unasul, o ex-presidente colombiano Ernesto Samper, pediu ao presidente Santos e as Farc que "preservem a vigência política dos Acordos de Havana e encontrem, com os porta-vozes do NÃO, os melhores caminhos para concretizá-los juridicamente".

- Venezuela:

"Estou pronto, presidente Santos e todas as forças guerrilheiras, para continuar apoiando com humildade e perseverança a paz na Colômbia", disse o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cujo país também acompanhou o processo de paz.

- Chile:

"O Chile está disponível para acompanhar esta nova etapa (...) e ajudar em tudo o que estiver a nosso alcance", disse o chanceler chileno Heraldo Muñoz, cujo país acompanhou as negociações de paz.

- Equador:

A chancelaria do Equador se mostrou convencida "de que a paz é um longo caminho, mas é o único caminho" e disse que Quito - sede de eventuais conversações com o ELN, a segunda guerrilha colombiana -, "continuará apoiando o compromisso do presidente Santos e seu governo com a paz".

- Peru:

O presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski se mostrou pessimista sobre o futuro das negociações de paz, ao declarar diante da imprensa: "Será bem difícil renegociar (o acordo). As negociações em Havana duraram quatro anos e quase entraram em colapso várias vezes".

- Bolívia:

"Não podemos deixar o povo da Colômbia sozinho", destacou o presidente boliviano Evo Morales, considerando que "a paz está a caminho, há que consolidar, e para isso é necessário muito compromisso, esforço, sacrifício e perseverança".

- França:

O presidente francês, François Hollande, expressou nesta segunda-feira "seu apoio total" a Santos e "ao povo colombiano para dar uma oportunidade para a paz" e elogiou "a valentia política" do presidente.

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