A economia da Colômbia continuará seu percurso traçado, separado por uma "muralha chinesa" das negociações de paz com as Farc, que foram rejeitadas em um plebiscito, disse nesta quinta-feira em Washington o ministro das Finanças do país sul-americano, Mauricio Cárdenas.
"Sempre disse que entre o processo de paz e o manejo econômico existia uma muralha chinesa, que a economia tem seu próprio caminho, tem seu próprio voo e esse plano de voo não é afetado pelas decisões adotadas no domingo", disse Cárdenas a jornalistas.
Como exemplo, citou que o governo apresentará uma reforma tributária que disse ser necessária "independentemente das decisões do plebiscito", para compensar a queda dos preços do petróleo e gerar maior competitividade.
"O fim do processo de paz vai tomar um pouco mais de tempo. Com certeza será algo que irá se prolongar, mas a economia colombiana continuará sendo exatamente a mesma", apontou o ministro, que assiste na capital americana as reuniões de outono (no hemisfério norte) do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.
Cárdenas disse antes em um fórum sobre a Aliança do Pacífico que a agricultura e o turismo estavam entre os setores que mais têm a ganhar com o fim do conflito armado, a medida que os guerrilheiros se desmobilizem e desapareçam as minas terrestres.
Mas o responsável não explicou se o resultado do plebiscito altera as expectativas do governo sobre essas áreas.
Contra todos os prognósticos, uma estreita maioria de colombianos disse "Não" no domingo aos acordos de paz alcançados entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) após quase quatro anos de negociações em Cuba.
A surpreendente rejeição nas urnas deixou a Colômbia em choque e abriu uma janela de incerteza política em uma das primeiras economias da América do Sul.
Mas Cárdenas descartou um transbordamento para o terreno econômico.
"Os mercados responderam bem. A economia colombiana é forte e tem fortes instituições econômicas", disse.