A Justiça Federal condenou nesta quinta-feira o ex-senador Gim Argello a 19 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação, com base na operação Lava Jato.
Senador entre 2007 e 2014 e preso desde abril passado, quando a 28ª fase da Lava Jato foi deflagrada, Gim Argello era acusado de solicitar vantagens para evitar que empreiteiros fossem chamados a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigou a Petrobras em 2014.
"O condenado, ao invés de cumprir com seu dever, aproveitou o poder e oportunidade para enriquecer ilicitamente, dando continuidade a um ciclo criminoso. A prática de crimes por parlamentares, gestores da lei, é especialmente reprovável, mas ainda mais diante de traição tão básica de seus deveres públicos e em um cenário de crescente preocupação com os crimes contra Petrobras", declarou o juiz Sérgio Moro.
O juiz determinou ainda que a indenização imposta na sentença, de 7,35 milhões de reais, seja revertida ao Congresso Nacional e não à Petrobras, como vinha ocorrendo em outros processos da Lava Jato.
"Para este crime, a vítima não foi a Petrobras, mas o Congresso, representando o recebimento de propina por integrante da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito, uma afronta à dignidade do Parlamento", afirmou Moro.
No mesmo processo, Moro condenou o ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro a 8 anos e dois meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação de organização criminosa.
Ricardo Ribeiro Pessoa, dono da construtora UTC, recebeu 10 anos e seis meses de reclusão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação de organização criminosa, e Walmir Pinheiro Santana, ex-diretor financeiro da UTC, foi condenado a 9 anos, oito meses e 20 dias de reclusão por corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação de organização criminosa.
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