O homem suspeito de matar e esquartejar parentes de sua família brasileira chegou nesta quarta-feira à Espanha para prestar "depoimento voluntário" sobre o caso, informou uma fonte da Guarda Civil.
François Patrick Nogueira Gouveia, sobrinho da família e principal suspeito dos crimes, se entregou no Brasil e "vem voluntariamente depor", disse a fonte à AFP.
Gouveia, de 19 anos, tinha previsão de desembarque no aeroporto internacional de Barajas em Madri às 13H00 locais (9H00 de Brasília), onde seria detido pela Guarda Civil.
O jovem deve ser levado para a sede da Guarda Civil em Guadalajara (centro), onde fica o tribunal responsável pelo caso, informou a fonte, antes de destacar que a viagem voluntária foi acertada após uma "série de conversas" entre a Guarda Civil e o advogado do suspeito.
Gouveia é o principal suspeito do assassinato de quatro integrantes da família procedente do estado da Paraíba, Marcos Campos Nogueira, sua mulher Janaína Santos Américo e os dois filhos do casal, de um e quatro anos.
As vítimas foram encontradas mortas em 18 de setembro em um chalé de Pioz, 60 km ao leste de Madri.
Os corpos estavam em bolsas de plástico. Os dois adultos, de 30 anos, foram esquartejados.
Os investigadores acreditam que o crime pode ter acontecido um mês antes da descoberta da polícia.
A Guarda Civil afirmado ter "muitos indícios razoáveis e provas indubitáveis" de que Gouveia, sobrinho de Marcos, foi o autor material do crime.
Além disso, os investigadores acrescentaram que o jovem suspeito apresenta um perfil psicótico.
Entre os indícios citados, os investigadores apontaram que o sobrinho trocou apressadamente sua passagem de avião para voltar ao Brasil em 20 de setembro, dois dias depois da descoberta dos cadáveres.
Eles foram achados em um chalé em Pioz, 60 km a leste de Madri no dia 18 de setembro. Marcos não era visto desde 17 de agosto, e os investigadores acreditam que o crime possa ter acontecido na tarde ou noite desse dia.
Não há suspeita da participação de cúmplices ou de ligação com o crime organizado.
De acordo com o GPS do telefone celular do suspeito, ele esteve na casa de Pioz no dia do crime, afirmou na semana passada um funcionário do governo na região de Castilla-La Mancha.
O ministério das Relações Exteriores da Espanha havia solicitado ao Brasil a detenção do suspeito, mas o governo brasileiro respondeu que em virtude do tratado bilateral de extradição não poderia entregar Gouveia, que agora chega de maneria voluntária a Espanha.