Jornal Estado de Minas

Vitória de Trump derruba mercados

Os mercados financeiros desabaram em todo o mundo com a notícia da vitória de Donald Trump. O índice Nikkei do Japão caiu mais de 800 pontos, ou seja quase 5%. O índice da bolsa de Hong Kong perdeu 650 pontos, ou 2,8%.

Enquanto isso, o peso mexicano - que já apresentava um comportamento frágil quando o candidato republicano subiu nas pesquisas durante a campanha - agora caiu para um mínimo de oito anos, de acordo com a agência de notícias Bloomberg. As aplicações financeiras estão se transferindo para o ouro. O peso mexicano está em queda livre.

Em Nova York, o índice S&P 500 perdia 5,01% às 05H10 GMT (03H10 Brasília) e o tecnológico Nasdaq recuava 5,08%.

Wall Street havia fechado em alta na terça-feira, no rastro de pesquisas favoráveis à candidata democrata, Hillary Clinton.

A Bolsa de Londres recuava 4,44% no mercado a termo, horas antes da abertura do pregão, acompanhando a tendência geral dos mercados.


Em Tóquio, a Bolsa fechou em queda de 5,36%, com o índice Nikkei dos 225 principais valores recuando 919,84 pontos, a 16.251,54 unidades, em um pregão particularmente movimentado. Hong Kong perdia quase 3%, Xangai, 1,3%, Sidney, 2%, e Mumbai, 6%.

O ministério japonês das Finanças, a Agência de Serviços Financeiros e o Banco do Japão (BoJ) realizam uma reunião de emergência para analisar a situação dos mercados diante da perspectiva da vitória de Trump.

A reunião, no ministério das Finanças, foi convocada "para trocar informações sobre os mercados", explicou à AFP um porta-voz do Banco Central japonês.

O iene e o euro dispararam diante do dólar em Tóquio, com a moeda americana valendo 101,20 ienes, contra 105,47 antes dos resultados favoráveis ao republicano. O euro era cotado a 1,1287 dólar, contra 1,0989 dólar.

O peso mexicano desabou à medida em que os resultados mostravam Trump com desempenho superior ao de Hillary Clinton.

A moeda, barômetro da opinião dos mercados nas últimas semanas, era cotada por volta das 03H00 GMT (01H00 Brasília) a 20,3195 pesos por dólar, contra 18,1634 pesos um pouco antes.

"Apertem os cintos, será uma viagem agitada", disse Chad Morganlander, operador da Stifel, Nicolaus & Co. "Os investidores se moverão de maneira caótica até que tudo esteja claro".

"É uma hecatombe nos mercados", resumiu Craig Erlam, analista de Oanda. "Pela segunda vez este ano, parece que os mercados fizeram prognósticos equivocados. Em junho, apostaram na permanência do Reino Unido na União Europeia, desta vez contavam com (....) a vitória de Clinton".

Neste contexto, o ouro subiu a 1.323,17 dólares a onça, contra 1.268,30 dólares no início do pregão na Ásia. Os investidores também se precipitaram para o mercado da dívida: o rendimento dos bônus do Tesouro americano a 10 anos retrocedeu a 1,729%, contra 1,867% horas antes.

O petróleo também cedia. Às 02H30 GMT, o barril do "light sweet crude" recuava 1,67 dólar, a 43,31 dólares, enquanto o Brent do Mar do Norte para entrega em janeiro cedia 1,46 dólar, a 44,58 dólares. (Com agências)

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